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Afegã é desqualificada do breaking nas Olimpíadas por pedir liberdade às mulheres

Manizha Talash, da equipe olímpica de refugiados, protesta na fase classificatória de breakdance dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Foto: Odd Andersen / AFP

10 de agosto de 2024

A B-girl afegã Manizha Talash, integrante da equipe de refugiados nos Jogos Olímpicos de Paris, foi desclassificada da competição de breaking por exibir uma mensagem com a frase “fee Afghan women” (“mulheres afegãs livres”, em português). O comunicado foi realizado neste sábado (10) pelos organizadores do torneio.

A atleta de 21 anos nasceu em Cabul, capital do Afeganistão, e se refugiou na Espanha com seus dois irmãos após o Talibã tomar o poder em 2021. Desde então, ela passou a integrar a equipe de refugiados, competindo na modalidade de breaking. 

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Na primeira batalha desta sexta-feira (9), que marcou a estreia do torneio feminino de breaking, a atleta afegã enfrentou a holandesa India após ter entrado no palco vestindo uma capa azul com a mensagem de protesto.

Segundo a Federação Internacional de Dança Desportiva, Talash violou a regra 50 da Carta Olímpica, que impede os atletas de expressar opiniões políticas nos Jogos Olímpicos. Manizha Talash descobriu o breaking na internet quando tinha 18 anos e participou dos Jogos de Paris pela cota de universalidade.

As vagas de universalidade são a oportunidade para atletas de Comitês Olímpicos Nacionais sub-representados fazerem parte dos Jogos Olímpicos Paris 2024. As cotas foram criadas para promover a diversidade entre as nações no evento olímpico e podem significar uma oportunidade única para muitos atletas.

Na sexta-feira, na Praça da Concórdia, a afegã foi derrotada adversária holandesa em sua primeira batalha, antes da desclassificação. A b-girl japonesa Ami, de 25 anos, se tornou a primeira campeã olímpica do breaking.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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