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Incêndio criminoso motivado por intolerância religiosa destruiu loja de 40 anos, denuncia coletivo

Grupo acredita que o caso não pode ser interpretado como um evento isolado
Imagem mostra o Corpo de Bombeiros em ação durante o incêndio em uma loja de artigos religiosos em Várzea Grande.

Foto: Reprodução

6 de setembro de 2024

Um incêndio criminoso motivado por intolerância religiosa destruiu uma loja de artigos religiosos em Várzea Grande, município em Mato Grosso. A denúncia foi realizada pelo Coletivo Aàjò, organização que atua na defesa da liberdade religiosa e dos direitos humanos.

O caso ocorreu no centro da cidade, na terça-feira (3), por volta das 21h. Uma câmera de segurança flagrou um homem causando o incêndio na loja “Casa de Ogum – Artigos Religiosos”. O estabelecimento funciona há mais de 40 anos e foi completamente destruído.

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O Corpo de Bombeiros foi acionado para controlar as chamas após algumas horas, a fim de evitar que o fogo se espalhasse para prédios vizinhos. Os bombeiros removeram parafina e botijões de GLP armazenados no interior do estabelecimento. Apesar da perda quase total dos produtos, ninguém ficou ferido.

Em nota, o grupo de ativistas classificou o ato como um ataque à liberdade de crença e à diversidade religiosa, e exigiu que as autoridades acelerem as investigações para identificar e punir os responsáveis.

“O Coletivo Aájò acredita que este ato não pode ser interpretado como um evento isolado, mas sim como uma manifestação da intolerância que afeta, especialmente, as religiões de matriz africana e outras minorias religiosas, que frequentemente sofrem ataques e discriminação no Brasil“, diz trecho do documento.

O grupo destacou ainda que o ato criminoso fere o direito constitucional à liberdade de culto, assegurada na Lei 14.532, que prevê penas de dois a cinco anos de prisão para crimes de discriminação religiosa.

“Não podemos tolerar que a intolerância se propague impunemente, destruindo não apenas os espaços físicos dedicados à prática religiosa, mas também a dignidade e os direitos daqueles que professam suas crenças em paz”, manifestou o coletivo.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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