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‘Sertão Sankofa’: projeto artístico celebra a ancestralidade negra e indígena na Bahia

Residência artística liderada por Dani de Iracema promove encontro cultural com foco nas raízes afroindígenas do sertão baiano
Trecho de Sertão Sankofa, projeto artístico de Dani de Iracema, que promove residências artísticas e performances em Vitória da Conquista, na Bahia.

Foto: Divulgação

17 de outubro de 2024

O projeto Sertão Sankofa, idealizado pela performer Dani de Iracema, conecta artistas negros e indígenas em uma residência artística que culminará em uma performance coletiva nos dias 18 e 21 de outubro no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, em Vitória da Conquista, interior da Bahia.

O projeto integra o solo performático “Memórias Imaginadas das Terras por Onde Andei”, uma narrativa autobiográfica que explora as memórias e ancestralidades africanas e indígenas de Dani, nascida no sertão baiano.

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A iniciativa funciona como um quilombo e aldeia artística, celebrando o retorno e a retomada de histórias e tradições afroindígenas. A residência artística, dividida em duas etapas — Raízes Íntimas e Raízes Coletivas — contou com a participação de artistas como Afrontosa Let, Duda Nazaré, Jade Roxo, Raffá Obá Mirim e Rafa Pereira. Juntos, eles vivenciaram experiências na comunidade quilombola Batalha, em Vitória da Conquista, que, como outras comunidades da região, reivindica sua ancestralidade indígena e o reconhecimento do território como Aymoré-Mongoyó.

Além da apresentação da performance, o projeto também promove, no dia 18, uma roda de conversa intitulada “Sertão Afroindígena”, que debate a presença e contribuição dos povos negros e indígenas no interior da Bahia. Já a segunda apresentação, no dia 21, faz parte da programação do Festival Universitário Intercampi de Cultura e Arte (FUICA) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).

O solo “Memórias Imaginadas das Terras por Onde Andei” explora as lembranças e a migração de Dani de Iracema do interior baiano para a capital Salvador, onde ela também passou por um processo de afirmação da negritude.

Dani de Iracema, que completará dez anos de residência em Salvador em 2024, continua a desenvolver projetos artísticos que conectam a memória e a ancestralidade, abordando questões de pertencimento e resistência. 

“Estar com os mestres me levou a perceber a importância de contar a minha história. Falar do seu lugar, do seu bairro, da sua comunidade, da sua família, tudo isso é falar da gente”, afirma a artista, em comunicado para a imprensa.

A narrativa também explora o contexto histórico da fundação de Vitória da Conquista, marcado por violência contra os povos indígenas Aymorés, Mongoyós e Kamacãs. Nos últimos anos, esses povos têm reivindicado seu lugar na história local, contestando a narrativa de extermínio propagada por séculos.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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