A professora e escritora baiana Bárbara Carine venceu o Prêmio Jabuti 2024 na categoria “Educação”, com o livro “Como ser um educador antirracista”. A premiação, realizada nesta terça-feira (19) em São Paulo (SP), é considerada o reconhecimento literário mais importante do Brasil.
A obra discute sobre como a educação e a escola podem ser pensadas a partir de perspectivas não ocidentalizadas e, sobretudo, racializadas. A autora esmiúça conceitos ligados à luta antirracista, como pacto da branquitude, racismo estrutural, cotas raciais e educação emancipatória, para repensar as ações pedagógicas e a formação e o papel dos educadores.
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Emocionada, Bárbara publicou um vídeo em sua conta no Instagram em que relembra sua trajetória de vida e destaca a produção de conhecimento africana. “Com muita persistência e com muita ajuda da minha comunidade, eu me tornei intelectual, eu me tornei escritora, e hoje eu tô aqui para dizer para vocês que vão dizer ainda hoje muitas coisas ruins sobre você, sobre nós. Vão dizer que a gente não sabe escrever, só que foi nossa ancestralidade que desenvolveu a escrita, mas vão esconder que eles eram potentes”, afirmou a professora e escritora.
“Nunca permita que alguém que nunca lutou suas lutas, que não sabe o que é ser você, diga quem você é, onde você pode chegar. A gente é genial, a gente é incrível, a gente consegue ganhar prêmios em um país que nos extermina de tantas formas cotidianamente. Você pode muito”, completou.
Formada em Química e em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestre e doutora em Ensino de Química, Bárbara Carine atua como professora há 16 anos e foi uma das fundadoras da escola Maria Felipa. Com sede em Salvador (BA) e no Rio de Janeiro (RJ), a instituição de ensino é a primeira voltada ao ensino afro-brasileiro registrada em uma Secretaria de Educação no Brasil.