PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Indígenas ocupam Secretaria de Educação do Pará contra fim do ensino médio presencial nas comunidades

A ocupação iniciou na última terça-feira e pede revogação de medida estadual que põe fim ao ensino médio presencial nas comunidades distantes
A imagem mostra as lideranças indígenas durante a ocupação ao prédio da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC).

A imagem mostra as lideranças indígenas durante a ocupação ao prédio da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC).

— Reprodução / Redes Sociais

15 de janeiro de 2025

Nesta quarta-feira (15), lideranças indígenas de diversas etnias seguem no prédio da Secretaria de Educação (SEDUC) do Estado do Pará, em protesto contra a retirada do programa educacional que garante o ensino médio presencial em comunidades distantes.

A mobilização teve início na última terça-feira (13) e exige a revogação da lei 10.820, aprovada em dezembro de 2024 pelo governo paraense. A medida extingue o Sistema Modular de Ensino (SOME), parceria entre o município e o governo estadual, que atende também quilombolas e ribeirinhos. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

O ato é liderado por lideranças e profissionais indígenas da educação do Baixo Tapajós, no oeste do estado, que representa os 14 povos que habitam a região. O protesto também solicita que o secretário da Educação, Rossieli Soares, abra a negociação imediata sobre o tema. 

Em nota, a Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (FEFIPA) denunciou a truculência dos agentes de segurança na repressão do ato. Segundo a entidade, os agentes teriam utilizado spray de pimenta e realizado cortes no abastecimento de energia do local.

O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), que apoia a mobilização, informou que o governo propôs a substituição do ensino presencial nas comunidades por educação à distância (EAD). De acordo com o Sintepp, algumas localidades sequer possuem energia elétrica.

“A grande maioria das comunidades indígenas do Estado não contam com a infraestrutura necessária para a substituição e tal ação do governo é uma grande farsa, pois além da falta de estrutura mínima não existe nas comunidades energia elétrica suficiente e nem sinal de internet”, declarou o SINTEPP, em nota.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano