Na manhã desta segunda-feira (14), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco defendeu a pauta racial como central e convocou os países a se unirem no combate ao racismo durante seu discurso de abertura do 4º Fórum Permanente de Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
O fórum é o principal espaço internacional que reúne governos, movimentos sociais e organizações para debater sobre os direitos da população negra. Com o tema “África e pessoas afrodescendentes: unidas pela justiça reparadora na era da IA”, está é a terceira vez consecutiva que a delegação brasileira marca presença no evento.
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Em sua fala, a ministra destacou temas como ações de combate ao racismo no esporte, justiça climática e a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa do Governo Brasileiro lançada durante o G20 em 2024 para reduzir as desigualdades sociais.
“Promover igualdade racial também é fomentar riqueza, autonomia e geração de oportunidades para quem historicamente foi empurrado para as margens da economia”, disse.
Anielle também citou o tráfico transatlântico de escravizados e ressaltou a importância do investimento em políticas públicas voltadas à preservação da memória e à reparação histórica para a população negra. Ela destacou a necessidade de conservar sítios históricos ligados à escravidão e à resistência negra, como museus, além de valorizar os saberes ancestrais, a educação, cultura e a ciência.
No discurso, a ministra destacou que em dois anos, o Brasil alcançou maior número de profissionais negros na administração pública federal. Segundo ela, os dados são resultado direto da transversalidade adotada como princípio permanente das políticas públicas do Estado.
“A igualdade racial atravessa todos os campos da vida: saúde, educação, segurança pública, esportes, moradia, ciências e cultura”, explicou.Além do fórum, a ministra também estará presente em outros eventos em Nova Iorque. Entre os destaques da agenda estão uma palestra na New York University sobre esporte sem racismo e a participação nos painéis do Fórum sobre “Justiça reparatória para África e afrodescendentes” e “Direitos humanos de mulheres e meninas”.