O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou no último sábado (3) um oficio ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) propondo um memorial em homenagem aos negros escravizados responsáveis pelo reflorestamento da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro.
A medida busca garantir reparação histórica aos 11 escravizados responsáveis pelo replantio da Floresta da Tijuca e das Paineiras, áreas que integram a Unidade de Conservação (UC) do Parque Nacional da Tijuca.
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Além do memorial, está prevista a divulgação dos nomes e biografias de Eleutério, Constantino, Manoel, Mateus, Leopoldo, Maria, Sabino, Macário, Clemente, Antônio e Francisco, pessoas negras escravizadas que tiveram papel fundamental na restauração ambiental da região.
A proposta foi motivada pelo Projeto de Lei 605/23, aprovado em março deste ano na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). De autoria da deputada Dani Monteiro (PSOL), o projeto tem como objetivo resgatar a história dos negros escravizados e combater o apagamento histórico da população negra no Brasil.
Melhorias e reparação histórica
Em nota, o ICMBio informou que recebeu o documento com sugestões para assegurar a reparação histórica e que irá avaliar as propostas apresentadas.
“A iniciativa como alinhada ao objetivo da UC de auxiliar dentro das ações possíveis, a promoção da reparação histórica dos escravizados que atuaram no reflorestamento”, declarou.
O ICMBio também destacou que já existe uma homenagem aos negros escravizados, referindo-se à escultura exposta na entrada do Centro de Visitantes do setor da Floresta da Tijuca. Segundo o órgão, a placa de identificação da obra “passará por melhorias e atualização”.
Em abril deste ano, a deputada estadual Dani Monteiro (PSOL), autora do projeto de lei, defendeu a alteração do título “escravo” na placa da estátua. Para ela, a mudança é uma ação importante na reparação e na representação desse grupo fundamental para o reflorestamento e a preservação da floresta.