O Geledés, Instituto da Mulher Negra, liderou uma mobilização que resultou na criação do Stakeholder Group de Afrodescendentes, um marco histórico para a participação da população negra nos espaços de decisão global. A conquista amplia o reconhecimento do protagonismo negro na formulação de políticas públicas e na promoção do desenvolvimento sustentável.
O reconhecimento oficial do novo grupo foi feito pelo Mecanismo de Coordenação dos Grandes Grupos e Demais Partes Interessadas da ONU (MGOS CM). A partir de agora, a pauta racial contará com um espaço próprio nas discussões mais relevantes das Nações Unidas, como o Fórum Político de Alto Nível (HLPF) e a Assembleia Geral.
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A inclusão reflete uma longa trajetória de articulação de lideranças e organizações negras em todo o mundo para garantir espaço institucional em fóruns.
Entre os grupos já reconhecidos pela ONU estão mulheres, crianças e juventude, povos indígenas, trabalhadores, imigrantes e a comunidade LGBTQIAPN+. Agora, os afrodescendentes passam a integrar oficialmente esse mecanismo para fortalecer a luta contra o racismo em escala global e ampliar políticas públicas internacionais.
Mobilização global
Desde setembro de 2023, o Geledés tem coordenado, junto a outras organizações negras de diferentes regiões do mundo, um processo de articulação para a criação do grupo. A iniciativa visa promover a justiça racial e reparatória em espaços globais de decisão das Nações Unidas.
Durante a Cúpula do Futuro, realizada no ano passado em Nova York, o instituto promoveu o evento “Abordando o Racismo Como Uma Questão Central na Agenda Global para o Futuro”. Na ocasião, a ativista Letícia Leobet defendeu a criação de um mecanismo específico para representar a população afrodescendente nos espaços decisórios da ONU.