A Fundação Cultural Palmares publicou na sexta-feira (11) um relatório intitulado “Retrato do Acervo: três décadas de dominação marxista na Fundação Palmares”. O documento escrito por Sérgio Camargo, presidente da instituição, traz um levantamento de livros considerados por ele como contrários à missão do órgão público.
“Todas as pessoas de bem ficarão chocadas ao descobrir que uma Instituição mantida com o dinheiro dos impostos, sob o pretexto de defender o negro, abriga, protege e louva um conjunto de obras pautadas pela revolução sexual, pela sexualização de crianças, pela bandidolatria e por um amplo material de estudo das revoluções marxistas e das técnicas de guerrilha.”, afirma Camargo, na introdução do documento.
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De acordo com o relatório, esse é o primeiro volume de dois, onde o primeiro analisa o material bibliográfico e o segundo terá como foco o material museológico e o iconográfico. Nas palavras do presidente da instituição, são estudos que desmistificam a grandiosidade de um acervo que na verdade é “defasado” e “brutalmente parcial”.
O levantamento feito conclui que do total de 9.565 títulos do acervo, 46% são de temática negra. Segundo o documento, os outros 54% contém temas como “sexualização de crianças, ideologia de gênero, pornografia e erotismo, manuais de guerrilha, manuais de greve, manuais de revolução, bandidolatria, bizarrias”.
“Assim como um livro exclusivamente sobre sistemas hidráulicos será excluído simplesmente por ser um livro sobre sistemas hidráulicos, os marxistas também serão. Porque, a rigor, tanto o marxismo quanto os sistemas hidráulicos nada têm a ver com o escopo da Palmares e com a cultura negra”, diz o documento.
O documento divide as obras consideradas “inadequadas” em materiais comprobatórios de desvio do escopo da Fundação Palmares, sendo alguns deles definidos como “iconografia delinquencial”, “iconografia sexual”, “intromissão partidária”, “sexualização de crianças”, “pornografia juvenil”, “técnicas de vitimização”, “livros esdrúxulos e destoantes”, “livros eróticos, pornográficos e ‘pedagógicos'”, “livros de/e sobre Karl Marx”, “livros de/e sobre Lênin e Stalin” e “material obsoleto”.
Além de Lênin, Stalin e Karl Marx, a lista de censura ainda se estende a autores como Marighella, Hobsbawn, Nelson Sodré, Simone de Beauvoir, Max Weber, Celso Furtado e Marco Antônio Villa. O relatório, no entanto, afirma que nenhuma das obras serão destruídas.
“Nenhum livro foi ou será destruído. Trata-se de patrimônio público. Todo o acervo da Fundação Cultural Palmares segue sendo tratado com o maior cuidado e armazenado de forma adequada e em ambiente protegido, aguardando os procedimentos de doação”.
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