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G20 estuda ações econômicas que auxiliem países africanos diante da Covid-19

4 de maio de 2020

Aumento da linha de crédito e possível perdão da dívida estão entre as medidas propostas

Texto / Guilherme Soares Dias | Edição / Simone Freire | Imagem /  Kimimasa Mayama / EPA

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Os efeitos econômicos da pandemia do Covid-19, o novo coronavírus, podem ser sentidos no mundo todo. Em África, os países africanos estão sendo impactados pela queda do preço do petróleo para menos de US$ 30 e com uma redução das suas exportações de matérias-primas.

Diante deste cenário, a França já começa a defender no G20, grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia, uma “ajuda massiva e imediata” aos países em desenvolvimento, em particular os africanos.

Numa conferência de imprensa em Paris (França), o ministro da Economia e Finanças francês, Bruno Le Maire, afirmou que vai “promover um apelo à solidariedade para com os Estados mais frágeis”.

Segundo a agência portuguesa Lusa, ele explicou que a ajuda poderia passar pelo aumento das linhas de crédito, por meio do aumento dos direitos de saque do Fundo Monetário Internacional (FMI) para US$ 500 bilhões e pela implantação de uma moratória sobre o reembolso das dívidas, que “poderia ser um primeiro passo para aliviar esses países”.

Além disso, a União Europeia (UE) prometeu na última terça-feira (28) examinar o pedido de perdão da dívida emitida por cinco países africanos, conhecido como G5 Sahel, com os quais acordaram 194 milhões de euros para fortalecer suas forças de segurança.

De acordo com a Agência France-Presse (AFP), o compromisso foi adotado durante uma cúpula de videoconferência entre os presidentes das instituições da UE e os líderes do Mali, Níger, Burkina Faso, Mauritânia e Chade dedicada ao apoio a ações de luta contra o terrorismo.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou em um comunicado que se comprometeu a informar os parceiros internacionais “com vistas a examinar os pedidos dos países africanos pelo cancelamento total da dívida africana”, ressaltou à AFP.

FMI

Já a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, anunciou, no último 13 de abril, que 25 países, a maioria deles na África, não precisarão pagar o serviço da dívida durante seis meses por causa da pandemia de coronavírus.

Na prática, a medida equivale a um perdão parcial das dívidas desses países, pois as parcelas que eles deveriam honrar serão cobertas pelo Fundo de Contenção e Alívio de Catástrofe (CCRT) do FMI.

Os 25 Estados são Afeganistão, Benim, Burkina Faso, Chade, Comores, Gâmbia, Guiné Conacri, Guiné-Bissau, Haiti, Ilhas Salomão, Libéria, Madagascar, Malawi, Mali, Moçambique, Nepal, Niger, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, Tajiquistão, Togo e Iémen.

As medidas também foram defendidas pelo papa Francisco. Na sua mensagem de Páscoa, lida numa basílica de São Pedro vazia, ele desejou que “sejam aliviadas as sanções internacionais que impedem os países que as sofrem de proporcionarem um apoio conveniente aos seus cidadãos” e apelou à solidariedade internacional “para reduzir, senão mesmo anular a dívida que pesa sobre os orçamentos dos países mais pobres”, de acordo com informações do site alemão Deutsche Walle.

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