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Júri popular de acusados de espancar e matar Moïse Kabagambe começa no Rio

Crime ocorrido em 2022 gerou indignação nacional e trouxe à tona o debate sobre racismo e xenofobia no Brasil
Ato em memória do congolês Moïse Kabagambe, na zona oeste do Rio de Janeiro, em janeiro de 2023.

Ato em memória do congolês Moïse Kabagambe, na zona oeste do Rio de Janeiro, em janeiro de 2023.

— Tomaz Silva/Agência Brasil

13 de março de 2025

A 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro iniciou, nesta quinta-feira (13), o júri popular dos acusados do assassinato do congolês Moïse Kabagambe. O crime aconteceu em janeiro de 2022, quando o imigrante foi espancado até a morte em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense.

Fábio Pirineus da Silva e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca respondem por homicídio doloso triplamente qualificado – motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Um terceiro acusado, Brendon Alexander Luz da Silva, também responde pelo crime, mas seu julgamento ocorrerá separadamente, ainda sem data marcada.

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De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), os três agressores derrubaram, imobilizaram e espancaram Moïse, que recebeu ao menos 30 golpes, parte deles enquanto já estava no chão, sem chance de defesa.

Relembre o crime

Moïse Kabagambe, de 24 anos, foi brutalmente espancado até a morte no dia 24 de janeiro de 2022, em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A agressão ocorreu após ele cobrar pagamentos atrasados por diárias de trabalho. Imagens de câmeras de segurança registraram a sequência de ataques violentos.

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a morte foi causada por traumatismo torácico com contusão pulmonar, provocado pelos golpes sucessivos que a vítima recebeu enquanto estava imobilizada no chão.

O caso gerou indignação nacional e mobilizou movimentos negros, imigrantes e organizações de direitos humanos. Manifestações ocorreram em várias capitais brasileiras, exigindo justiça e medidas contra a violência racial e a discriminação de imigrantes africanos no Brasil.

A família de Moïse, que chegou ao Brasil fugindo da guerra na República Democrática do Congo, luta para que o crime não fique impune. O assassinato expôs a vulnerabilidade de trabalhadores informais e imigrantes diante da violência e da exploração. O júri popular decidirá se os réus são culpados e qual será a pena.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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