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AFROPUNK Bahia anuncia programação com grandes nomes da música preta

Mano Brown, Margareth Menezes e Luedji Luna estão entre os shows confirmados; festival será em Salvador, com transmissão online e participação presencial reduzida

Texto: Redação | Imagem: Divulgação

Imagem mostra Mano Brown de perfil.

9 de novembro de 2021

O AFROPUNK Bahia faz a sua estreia no dia 27 de novembro fomentando uma celebração à negritude com nomes consagrados da música nacional unidos a expoentes da nova geração. A primeira edição do festival internacional no Brasil ecoa a potência musical, política e poética da negritude brasileira no Centro de Convenções Salvador, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube e no site oficial.

De acordo com a assessoria de imprensa do festival, alguns caminhos são propositalmente cruzados, o rapper Mano Brown divide o palco com Duquesa, aposta do R&B; Tássia Reis se une ao Ilê Aiyê; enquanto a baiana Luedji Luna se apresenta com o duo Yoún; a carioca Malia soma ao lado da Margareth Menezes; e, por fim, Urias com Vírus.

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Neste ano, a participação presencial será feita de forma reduzida e limitada. A plateia dará ainda mais energia à transmissão do evento. Assim, o AFROPUNK Bahia marca um momento de transição para que, em 2022, o evento chegue ao seu formato com 100% de conteúdos presenciais. Para 2021, a parcela de ingressos disponibilizados terão a sua renda totalmente revertida para o projeto cultural Quabales.

“Estamos propondo uma linha que contemple a continuidade e coexistência dos tempos, legados e construções no Brasil a partir da exaltação da cultura brasileira e elevando o debate para o legado da comunidade negra”, sintetiza Monique Lemos, pesquisadora e curadora de conteúdo, sobre o fio condutor pensado para a edição de estreia, que apresenta o AFROPUNK Bahia para o mundo.

O princípio do encontro rege também a direção criativa do festival, que é pensada por Bruno Zambelli e Gil Alves. “Nos inspiramos nessa nova geração de artistas multi-talentosos, que – a cada dia – vêm ocupando as plataformas, abrindo espaço e potencializando a voz de autênticas manifestações, junto à fé ancestral existente na Bahia, terra onde nasceu o Brasil e reúne um legado de preservação cultural, história de luta e resistência”, resume Gil.

Para a programação, o AFROPUNK Bahia ainda prepara performances de Jadsa e Giovani Cidreira, além de Deekapz (que convida Melly e Cronista do Morro) e Batekoo (que recebe Deize Tigrona, Tícia e Afrobapho).  Pedindo agô e bênção, a chegada desse movimento global de pertencimento e afeto é feita na base da calma e do respeito. A partir da coletividade, o evento é construído para possibilitar novos futuros.

“Por muitos anos, e até hoje, somos cotas em festivais, editais e universidades, o AFROPUNK vem como um convite e lembrete de que podemos construir nossos espaços e celebrar nossas existências ao assumir a potência de nossa imaginação”, enfatiza Monique, que é também antropóloga. Ela mira as inspirações para o evento no próprio povo brasileiro, nas rodas de samba, capoeira, jongo e nos rituais indígenas.

Para celebrar esse movimento Brasil afora, bares de várias capitais passarão o festival em sua programação. A curadoria de locais foi feita pelo Guia Negro (confira a lista).  No Centro de Convenções Salvador, a plateia será formada por pessoas que precisam marcar presença na histórica primeira edição do AFROPUNK Bahia. À frente da ação de relações públicas do evento, a jornalista Val Benvindo conduzirá essa seleção.

“Eu enxergo muito o movimento que o AFROPUNK faz para o mundo e como é essencial a conexão entre as pessoas que fazem a cena cultural da Bahia ser o que ela é”, Val afirma. “Nós queremos aproximar as potencialidades pretas, a gente quer trazer o mesmo público do festival mundial, mas na realidade das comunidades de Salvador”, ela completa.

A seleção de Val será complementada por pessoas que comprarem ingressos da parcela disponibilizada pelo festival, sendo que o lucro das vendas será integralmente destinado para o Quabales, um projeto socioeducativo cultural do Nordeste de Amaralina, idealizado pelo multi-instrumentista, compositor, produtor e performer Marivaldo dos Santos. O músico faz parte de um dos grupos percussivos mais importantes do mundo, o STOMP.

“Quando você está ligado à uma marca como o AFROPUNK Bahia, isso fortalece o nosso nome, além de dar visibilidade e investimento para gente. O Quabales atinge 400 pessoas do Nordeste de Amaralina, então essa atenção do festival reflete na vida de toda essa comunidade”, avalia Marivaldo dos Santos.

A ocasião será dedicada ao maestro Letieres Leite, que faleceu em outubro deste ano, deixando um legado que se confunde com a história da música brasileira. À frente da Orkestra Rumpilezz e também nos bastidores, o mestre dos sopros e da percussão deixou melodias e arranjos que tocam diretamente na alma, o que faz dele um afropunk do Brasil.

PROGRAMAÇÃO

Apresentação: Larissa Luz

Shows ao vivo:

Mano Brown & Duquesa;

Tássia Reis & Ilê Aiyê;

Luedji Luna & Yoún;

Malia & Margareth Menezes;

Urias & Vírus;

Deekapz convida Melly ;

e Cronista do Morro Batekoo convida Deize Tigrona, Tícia e Afrobapho.

Serviço:

Data: 27 de novembro (sábado)

Horário: A partir das 17h30

Transmissão: YouTube e site do AFROPUNK.

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