No próximo dia 24 de novembro, o documentário “Rio, Negro”, produzido pela Quiprocó Filmes, terá sua estreia exclusiva no Canal Curta!, às 21h, como parte das celebrações da Semana da Consciência Negra. Posteriormente, o filme estará disponível para visualização no CurtaOn, a plataforma de streaming associada ao canal.
“Rio, Negro” foi desenvolvido em colaboração com a Casa Fluminense e recebeu uma indicação ao prêmio de Melhor Documentário sobre a Diáspora no 19º African Movie Academy Awards, a principal premiação do cinema africano. Esse documentário apresenta uma perspectiva afrocentrada e inclui depoimentos de intelectuais negros e ativistas cariocas, como o ator Haroldo Costa, o escritor Luiz Antonio Simas, a vereadora Tainá de Paula, o carnavalesco Leandro Vieira, o ritmista Eryck Quirino, a ialorixá Mãe Meninazinha de Oxum, entre outros. Eles exploram a significativa influência da população africana na formação da cidade do Rio de Janeiro.
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O filme apresenta de que maneira as contribuições das pessoas negras de origem africana desempenharam um papel crucial nos processos sociais e políticos, bem como nas transformações ocorridas entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX no Rio de Janeiro. O documentário destaca o protagonismo tanto individual quanto coletivo da população negra, narrando como a perseguição institucional, que culminou na transferência da capital para Brasília, foi uma estratégia para apagar a presença significativa dessa comunidade.
Essa mudança, de fato, só ocorreu em 1960, deixando o Rio de Janeiro sem nenhum plano ou política pública voltada às pessoas que dependiam da dinâmica da capital, especialmente as pessoas negras, que eram frequentemente excluídas dos processos decisórios. O documentário também evidencia os argumentos racistas que fundamentaram a decisão de transferência.
Em nota, o diretor-executivo da Quiprocó Filmes, roteirista e um dos diretores do documentário, Fernando Sousa, diz que o período de transição entre a monarquia e a república é tratado como um momento crucial para a vida social e política da cidade do Rio de Janeiro. Foi nessa época também que a população urbana pobre e preta se consolidou, se organizou e foi amplamente acossada pelo Estado. Ainda segundo Sousa, o filme vem pensar a cidade a partir da presença e contribuição dessa população, responsável pelo modo de ser, a linguagem falada e corporal, as crenças, entre tantas outras características marcantes presentes no cotidiano.