Durante o mês de julho, estão programadas diversas lives para movimentar as redes sociais de várias militantes e organizações
Texto: Flávia Ribeiro | Edição: Nataly Simões | Imagem: Tamara Mesquita/Canal ÊÊ MANA
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Para marcar o Dia Nacional da Mulher Negra, celebrado em 25 de julho, mulheres da região Amazônica organizam uma marcha virtual com transmissão online. O objetivo é que os estados envolvidos façam as suas mobilizações durante o mês, culminando com uma programação regional. Os debates podem ser acompanhados por qualquer pessoa que tenha interesse nos assuntos debatidos, no canal das Mulheres Negras Amazônidas, no YouTube, a partir de 16h. O 25 de julho também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e Dia Internacional da Mulher Negra Latina-americana e Caribenha.
A proposta de evento regional surgiu com as mulheres do Pará, que realizam desde 2016 uma marcha na data. “Esta é a sexta edição da Marcha das Mulheres Negras em Belém. Todos os anos levamos as nossas pautas para as ruas da cidade, mas neste ano, por conta da pandemia, pensamos em unir as pautas com as mulheres de outros estados da região e só na internet. É uma maneira de trazer visibilidade para as nossas pautas e também de nos fortalecermos”, conta Sabrina Sousa, integrante da Rede de Mulheres Negras do Pará.
Sabrina diz que fazer a atividade em 2020 requer mais dedicação do grupo que está na organização. “Sabemos das dificuldades que a nossa população tem para uma atividade online, mas temos também que nos manter seguras. E precisamos falar ainda que a população negra é a que mais está sofrendo com os impactos da pandemia e isso também é uma forma de genocídio”, analisa a ativista.
Há anos, a marcha no Pará é precedida de uma campanha contra o racismo, no entanto, este ano a ideia foi de trazer ações que pudessem resultar em ajuda humanitária, como a distribuição de cestas de alimentos e kits de higiene para as pessoas do estado.
“A jornada emergencial de ação humanitária no Pará tem como objetivo principal dar apoio às famílias negras e refletir sobre os cinco anos da marcha das mulheres negras, que foi realizada em Brasília, em 2015, para visibilizar alguns desses processos construídos ao longo dos anos. E por meio dela, convocamos entidades do movimento negro paraense, que já estão trabalhando incessantemente para a garantia do bem viver durante esta pandemia”, explica Maria Malcher, integrante do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa). Para a jornada, foi lançada uma campanha de financiamento coletivo.
Esta será a primeira marcha para celebrar a data no Acre. “É muito simbólico porque a gente demarca a visibilidade de falas, de região, de mulheres afroamazônidas e abre para que a nova geração pesquise, exercite a curiosidade sobre a data. E precisamos ressaltar a importância do Pará nessa construção, com foco na figura de Nilma Bentes, uma das protagonistas da marcha de 2015. Isso foi muito tranformador para mim, porque quando temos essas informações a gente cria outros referenciais de mulheres do lado de cá e se fortalece mais”, pontua a socióloga Jaycelene Brasil, do Acre.
Já no Maranhão, as atividades serão a partir da “Ciranda das Pretas”, cuja programação da marcha ainda está em construção. O mesmo acontece no Tocantins, estado que também organiza atividades online para o 25 de julho.