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Organizações do movimento negro participam do ato de domingo por eleições diretas

19 de maio de 2017

Manifestantes se concentram na Praça do Ciclista e partem em bloco para o Masp, onde está marcado o protesto pela renúncia de Michel Temer e pelas eleições diretas.

Texto / Pedro Borges
Foto / Pedro Borges

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Diversos movimentos sociais pedem a saída do presidente Michel Temer e exigem eleições diretas para a escolha do seu substituto no cargo. O ato, organizado pela Frente Brasil Popular e a Povo Sem Medo, acontece na Avenida Paulista, dia 21 de Maio, domingo, das 15h às 19h.

Entidades do movimento negro como a Frente Alternativa Preta, Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, Uneafro, Kilombagem, entre outras, convidam a comunidade negra a se concentrar a partir das 14h, na Praça do Ciclista, n° 2500 da Avenida Paulista. A ideia dos manifestantes é participar em bloco do ato e marcar a posição do movimento negro.

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Para os articuladores do protesto, as eleições indiretas, com o perfil conservador do legislativo brasileiro, beneficiaram outro nome com propostas políticas econômicas próximas ou iguais às de Michel Temer.

Beatriz Lourenço, integrante da Frente Alternativa Preta, afirma que o movimento negro tem se posicionado de maneira contrária às propostas de Michel Temer, desde o início do processo de impeachment. Mesmo reconhecendo as limitações da democracia brasileira, Beatriz acredita que num momento de retirada de direitos, os primeiros lesados são os negros, mulheres e em especial as mulheres negras.

“Nesse momento político, em que o golpe se escancara e se agrava com a possibilidade de enfraquecimento da democracia com eleições indiretas para a presidência, temos consciência da necessidade de nos colocarmos nas ruas, defendendo a imediata queda de Michel Temer, e o fim de suas reformas genocidas, que podem piorar ainda mais a vida do nosso povo. A queda de Temer deve vir acompanhada da imediata convocação de eleições diretas”, explica Beatriz.

Movimento Negro Temer Corpo

Kilombagem é uma das organizações que compõe o bloco do movimento negro no ato de domingo (Foto: Pedro Borges/Alma Preta)

Ela também acredita que esse seja o momento para a sociedade refletir sobre qual modelo de democracia, de sistema político e judiciário o povo quer. “O sistema político brasileiro é branco, elitista e racista, e não representa a sociedade brasileira da forma como é, da mesma maneira o judiciário. Isso se escancarou no último período”.

As manifestações acontecem depois do vazamento do áudio de Joesley Batista, ex-presidente da JBS, empresa do ramo de carnes, sobre a suposta compra de silêncio de Eduardo Cunha com o aval de Michel Temer. As informações vieram a pública por meio do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

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