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Quilombolas promovem campanha para auxílio durante a pandemia

6 de maio de 2020

Comunidades usam plataformas digitais para receberem auxílio financeiro durante a pandemia


Texto / Flávia Ribeiro I Edição / Simone Freire I Imagem / Thiago Gomes / Agência Pará 

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Além de afetar a saúde, a pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, impacta a economia e a subsistência de quilombolas em todo o Brasil. Sem uma política pública específica para atendê-las neste período e visando manter a autonomia econômica, várias comunidades se organizaram e lançaram campanhas online de financiamento coletivo.

No Pará, um financiamento tem o com o objetivo de beneficiar 900 famílias dos quilombos África e Piratuba, no município de Abaetetuba; Burajuba, em Barcarena; Moju-Miri, em Moju e Pau-Furado, em Salvaterra. “A nossa organização trabalha com aproximadamente 400 comunidades quilombolas no estado do Pará. São comunidades muito carentes de políticas públicas. Com a pandemia, essa situação ficou ainda pior. Por isso, surgiu a ideia de fazer uma campanha de arrecadação de recursos para aquisição de alimentos e kits higiene”, comenta Érika Monteiro, da Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará – Malungu.

Um comitê foi formado, com representantes dos quilombos, relatando na página da campanha os diversos tipos de dificuldade que enfrentam. “Essas comunidades estão muito distantes das sedes de seus municípios e quando são próximas das grandes cidades, a dificuldade é a contaminação comunitária em alta velocidade. Muitas decidiram fechar seus acessos, ficando isolada de tudo. Nossos esforços vão no sentido de conseguir apoio para as comunidades, porém nossos governantes não têm proposto absolutamente nada específico para nosso segmento”, destaca Monteiro, informando que se não conseguirem arrecadar a meta, a intenção é de fazer uma nova chamada.

Outra campanha do estado, lançada pela Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná (Arqmo), visa adquirir duas mil cestas básicas e distribuir para famílias de quilombolas residentes nas 37 comunidades no município. Na página, Claudinete Colé, coordenadora administrativo da Arqmo, fala que oito associações quilombolas integram instituição. “Precisamos da sua ajuda para suprir nossas necessidades básicas. Contribua, essa é a única forma de mantermos nosso povo em segurança nas comunidades. Nos ajude, é urgente, é necessário”.

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) também assina um financiamento e pede contribuição para apoiar, com doação, alimentos e materiais de higiene que serão transportados para atender as necessidades emergenciais dos quilombos. Serão priorizados quilombos já atingidos pela Covid-19, e quilombos que estão superando situações de calamidade, como os quilombos atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG).

Já a Uneafro Brasil está na terceira etapa de uma campanha permanente para famílias negras e periféricas no enfrentamento ao genocídio pelo Covid-19. Dentre outros territórios, também serão beneficiadas famílias quilombolas no Rio de Janeiro, Goiás, Bahia, Amapá e Pernambuco

Pandemia

Até esta terça-feira (5), a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) registrou 17 óbitos e 63 casos confirmados da doença, 36 (trinta e seis) casos monitorados e um óbito sem confirmação de diagnóstico em decorrência do novo coronavírus.

Os dados revelam uma alta taxa de letalidade da doença entre os quilombolas e uma grande subnotificação de casos. Situações de dificuldades no acesso a exames e denegação de exames a pessoas com sintomas têm sido relatadas pelas pessoas dos quilombos.

Links das campanhas:
http://vaka.me/977187
http://vaka.me/976303
http://vaka.me/1019063
http://vaka.me/949425

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