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Teatro dos Correios reabre com homenagem a atriz Léa Garcia

Fechado desde 2018, o espaço voltará a funcionar no dia 11 de janeiro com destaque em produções negras e de tradições de povos originários
A imagem mostra Léa Garcia, atriz negra que dá nome à nova fase do Teatro Correios, no Rio de Janeiro.

Foto: Ernane Pinho/Ipeafro

10 de janeiro de 2024

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, reabre o Teatro dos Correios, agora com um novo nome: Teatro Correios Léa Garcia, em homenagem à grande atriz carioca (1933-2023). Após ficar fechado desde 2018, o espaço, agora com capacidade para 185 lugares, volta a funcionar nesta quinta-feira (11).

A peça escolhida para marcar essa nova fase é a aclamada “Macacos”, com texto, direção e atuação do vencedor do Prêmio Shell, Clayton Nascimento. O espetáculo terá seis sessões: dia 11 de janeiro (para convidados) e nos dias 13, 20, 21, 27 e 28 de janeiro (sábados e domingos) para o público. Os ingressos podem ser adquiridos on-line neste link e na bilheteria física (aberta 60 minutos antes do espetáculo).

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“Macacos” é o relato de um homem negro em busca de respostas para o racismo que permeia seu cotidiano ao longo da História do Brasil. A peça, que estreou com sucesso de público e crítica, permaneceu por boa parte da temporada carioca no Teatro Ipanema.

O Teatro Correios Léa Garcia reabre com um olhar voltado para a ancestralidade negra, apresentando espetáculos teatrais, shows e eventos que abordam tradições de povos originários, além de projetos que exploram culturas populares. O local recebeu melhorias na infraestrutura, incluindo um sistema de ar condicionado, revisão nas estruturas de som e luz, e na caixa cênica.

A cessão do imóvel pelos Correios faz parte do projeto de reestruturação da carteira de imóveis da estatal. O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, destaca em nota da prefeitura o compromisso em fomentar a cultura e revitalizar imóveis históricos. “Imóveis históricos, como o do Centro Cultural dos Correios no Rio de Janeiro, que haviam sido abandonados, agora serão destinados para o benefício das brasileiras e dos brasileiros”, afirmou.

Homenagem a Léa Garcia

A história da atriz carioca Léa Garcia no teatro se inicia aos 16 anos da artista, quando ela conheceu o Teatro Experimental do Negro e ingressou na companhia liderada por Abdias do Nascimento. Em 1952, Léa estreou como atriz no Teatro Recreio no espetáculo Rapsódia Negra, de Abdias. Ela interpretava poesia de Castro Alves.

Em sua notável carreira como atriz, Léa trouxe o ativismo antirracista e reflexões sobre a condição do negro na sociedade brasileira para os palcos e a dramaturgia. Seu legado inclui papéis marcantes em produções dramáticas como “Selva de Pedra”, “Escrava Isaura”, “Xica da Silva” e “O Clone”, desempenhando um papel crucial na quebra de barreiras para atrizes negras.

Com uma trajetória célebre nas artes dramáticas, Léa foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes em 1957 por sua atuação no filme “Orfeu Negro”, que, em 1960, ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro representando a França.

Ao longo de sua vida, a atriz recebeu diversas honrarias, incluindo a medalha Pedro Ernesto da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro em 1994, a medalha da Academia Brasileira de Letras, o Golfinho de Ouro do Conselho de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, e o Tatu de Prata de Melhor Atriz em 2007, entre outros reconhecimentos em festivais de cinema.

Serviço

Peça “Macacos”

Data: 13, 20, 21, 27 e 28 de janeiro. Sáb, às 19h. Dom, às 18h.

Local: Teatro Correios Léa Garcia – Rua Visconde de Itaboraí 20, Centro
Entrada: R$ 30. Ingressos disponíveis neste link.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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