Para reduzir os efeitos da exclusão digital, que leva jovens a abandorem os estudos especialmente durante a pandemia, entidade criou uma campanha para garantir conexão a internet aos jovens das periferias da Zona Sul de São Paulo
Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Divulgação
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Com a falta de acesso à internet ou a computadores e aparelhos celulares neste período de isolamento social decorrente da pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, milhões de crianças e adolescentes brasileiros ficaram sem condições de estudar na modalidade de educação à distância. “Essa dificuldade do acesso digital e a questão financeira das famílias que perderam renda durante a pandemia podem fazer com que adolescentes e jovens interrompam os estudos. O abandono escolar é um problema gravíssimo porque perpetua o ciclo de pobreza familiar”, diz Paulina Ribeiro, gestora pedagógica da Vocação, Organização da Sociedade Civil (OSC).
A entidade lançou uma campanha para a inclusão digital a fim de arrecadar recursos para garantir a conexão a internet de adolescentes e jovens das periferias da Zona Sul de São Paulo. A medida é fundamental, especialmente neste período de pandemia da Covid-19, quando a exclusão digital pode levar os jovens ao abandono escolar.
A campanha chamada “Conectividade na Periferia” é voltada para jovens assistidos por programas sociais realizados pela organização. “Em tempos de normalidade, a inclusão digital já se mostrava essencial para educação, informação e comunicação, garantindo autonomia social. No entanto, com o distanciamento social imposto pela pandemia, o acesso à internet se tornou ainda mais urgente. A pandemia ampliou a visibilidade do cenário das desigualdades sociais e mostrou que, além de medidas emergenciais – como distribuição de cestas básicas, produtos de higiene e máscaras – , é necessário minimizar as desigualdades advindas da exclusão digital”, ressalta a organização.
No Brasil, a exclusão digital cria um abismo ainda maior entre os que têm e os que não têm acesso às inovações tecnológicas, pois segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 58% dos domicílios no Brasil não têm computadores e 33% não possuem internet. A falta de acesso aos recursos tecnológicos afeta o processo educacional, dificultando o processo de aprendizagem à distância que se impõe em função da pandemia.
A arrecadação para a campanha é feita por meio de uma plataforma de crowdfunding. Para contribuir, acesse o site.