Moradores acumulam prejuízos e reclamam que o problema é antigo, mas foi agravado após uma obra da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo
Texto / Flávia Ribeiro | Edição / Lenne Ferreira | Imagem / Arquivo Pessoal/Jaqueline Lopes
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Móveis, alimentos perdidos e muito prejuízo. É esse o saldo para os moradores da Rua Bicci di Lorenzo, no distrito do Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo. O alagamentos da região não é novo, mas a situação se tornou mais grave após o início de uma obra da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp). Se antes, a rua ficava alagada, agora, as águas da chuva e do esgoto invadem as casas dos moradores, causando diversos transtornos.
“Eu perdi alimentos e um sofá, mas minha tia perdeu muita coisa e várias pessoas perderam quase todos os moveis de casa”, comenta Jaqueline Lopes, consultora comercial, moradora do bairro Jardim Irapiranga. Ela conta que viu sua casa sendo invadida pela água suja, chegando até o quarto dos seus três filhos. “Só não foi pior porque a batente é alta, perdi pouca coisa comparada com os vizinhos. Vi vídeos de carros sendo levados pela chuva e soube que três pessoas morreram em Embu das Artes”, contou.
A consultora comercial diz ainda que a chuva da época fazia o Rio Pirajussara transbordar, mas desde o último temporal, ocorrida no dia 29 de novembro, a situação tem piorado. O Rio é um canal que corre 17 km no Oeste da Região Metropolitana de São Paulo. Nasce no município de Embu das Artes, passando por Taboão da Serra e desaguando em São Paulo, no Rio Pinheiros, junto à Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira da Universidade de São Paulo.
Em nota, a Sabesp afirmou que as reclamações dos clientes sobre os fatos ocorridos durante o final de semana não apresentam relação com as obras da Companhia, mas sim com a incidência de chuvas na região. “A Sabesp não é responsável pela drenagem de águas pluviais”. No entanto, a Companhia enviará uma equipe ao local para vistoria nas casas, para verificar o retorno de esgoto nos imóveis.