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Alunos relatam casos de Covid-19 em treinamento militar para médicos

Com aglomerações e não obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção individual, treinamento reuniu cerca de 120 médicos e voluntários em uma ilha no Rio de Janeiro

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Reprodução

Alunos relatam contaminação por Covid-19 em treinamento militar para médicos

Alunos relatam contaminação por Covid-19 em treinamento militar para médicos

12 de abril de 2021

A Ilha das Enxadas, na Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, abriga um centro de treinamento das Forças Armadas do Brasil. Entre fevereiro e abril deste ano, aconteceram aulas de treinamento de médicos e outros profissionais da área de saúde no local. Os alunos passaram uma semana isolados na ilha e depois passaram a fazer o translado diário da cidade até a ilha.

Na barca e em parte do treinamento não foram adotadas medidas de segurança para prevenção da Covid-19, como o distanciamento social, uso de álcool gel e máscara de proteção individual. Ao todo, o curso tinha quatro turmas com cerca de 120 alunos.

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A travessia de barca do porto na praça Mauá, região central, até a ilha leva cerca de 20 minutos. A Marinha determinou somente em abril, na reta final do curso, que fossem transportados 50 passageiros por vez. 

“Mesmo assim, era um problema, porque tinha dias que só havia uma barca e a turma esperava mais de 40 minutos aglomerada na ida e na volta da embarcação”, conta um ex-aluno.

Ele relata que testou positivo para a Covid-19 durante o período de treinamento. Nas salas de aula, os alunos ficam lado a lado, sem distanciamento, desde a manhã até o final da tarde.

Ainda de acordo com relatos de alunos, no refeitório era comum a circulação de alunos e oficiais sem máscara e não tinha álcool em gel. Nas aulas, em algumas ocasiões, os instrutores militares pediam para que os alunos que estavam de máscara as tirasse para fazer perguntas e comentários.

Segundo boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura do Rio de Janeiro no dia 10 de abril, a taxa de mortalidade da Covid-19 no município é de 321,8 mortes por 100 mil habitantes, quase o dobro da média nacional, de 162,2 mortes por 100 mil.

Outro lado

Em nota enviada à Alma Preta, a Marinha do Brasil informou que o o Centro de Instrução Almirante Wandenkolk (CIAW), Organização Militar de Ensino (OME), onde os médicos estudaram, realizou um planejamento minucioso para a condução de suas atividades de ensino, considerando os fatores externos à escola e as suas capacidades operacionais para atender às medidas de prevenção e distanciamento social para enfrentamento à Covid-19. 

Segundo a Marinha, todos os alunos realizaram testes para Covid-19 e, no decorrer das atividades escolares, aqueles militares com suspeita de exposição ao novo coronavírus ou com quaisquer sinais da doença realizavam novos testes e, nos casos de confirmação da contaminação, foram tratados conforme as orientações do Ministério da Saúde.

A Marinha também informou que segue o cronograma previsto no Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 do Ministério da Saúde, sendo que, até o momento, 61% dos guardas-marinha médicos já foram vacinados. A formatura do curso aconteceu na última sexta-feira (9).

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