A Confederação Sindical Internacional (CSI) divulgou neste domingo (1), em Paris, na França, o Índice Global de Direitos 2025, com dados sobre violações de direitos trabalhistas em 151 países. A publicação afirma que os direitos dos trabalhadores enfrentam uma “crescente crise mundial”, com destaque negativo para as regiões das Américas e da Europa, que registraram os piores índices desde 2014.
A América Latina obteve média de 3,68, a pior já registrada na série histórica da pesquisa. O Brasil foi classificado com nota 4 no índice, o que representa “violações sistemáticas de direitos”.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Situação do Brasil
O relatório incluiu o Brasil entre os países com violações sistemáticas das liberdades trabalhistas. A nota 4 indica que o país apresenta restrições regulares à atuação sindical, ao direito à greve e à negociação coletiva. Entre as principais queixas estão os obstáculos à organização sindical, repressão a greves e demissões de trabalhadores que tentam se organizar.
A confederação critica também a ausência de garantias efetivas de acesso à justiça para trabalhadores e o enfraquecimento de mecanismos de fiscalização de direitos.
Entre os países latino-americanos, o Brasil compartilha a mesma nota de Argentina, Costa Rica, Panamá e El Salvador. O relatório alerta que a repressão aos direitos trabalhistas está associada ao avanço de políticas autoritárias e à criminalização da organização sindical, impulsionadas por governos de direita e grandes corporações.
Violência e repressão sindical
Segundo o relatório, 87% dos países do mundo violaram o direito à greve em 2025. O documento também mostra que 80% dos países restringiram a negociação coletiva e 74% impuseram barreiras ao registro de sindicatos. Além disso, em 72% dos países analisados, trabalhadores tiveram acesso restrito ou inexistente à justiça — o maior índice já registrado na série.
No total, 71 países detiveram e/ou prenderam trabalhadores por motivos relacionados à sua atividade sindical. A confederação responsável pelo relatório documentou assassinatos de sindicalistas em cinco países: Camarões, Colômbia, Guatemala, Peru e África do Sul.
A CSI afirma que o índice deve servir de alerta para governos, empresas e organismos internacionais. A organização defende a necessidade de fortalecer os sindicatos como forma de garantir a democracia e reduzir as desigualdades.
A edição 2025 do Índice Global de Direitos é a 12ª desde sua criação e se baseia em 97 indicadores extraídos de convenções internacionais e jurisprudência da Organização Internacional do Trabalho (OIT).