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DF: lideranças afro cobram segurança após depredação da Praça dos Orixás

O espaço exibe 16 estátuas de orixás concebidas pelo artista plástico baiano Tatti Moreno
Imagem mostra os integrantes da audiência pública realizada na Praça dos Orixás, no Distrito Federal.

Imagem mostra os integrantes da audiência pública realizada na Praça dos Orixás, no Distrito Federal.

— Júlio Camargo

6 de fevereiro de 2024

A Praça dos Orixás, patrimônio cultural do Distrito Federal, sofreu uma nova depredação às vésperas da Festa das Águas, celebração cultural e religiosa comemorada em 2 de fevereiro, o Dia de Iemanjá. 

Em resposta ao ataque, que incendiou o monumento dedicado ao orixá Ibeji, uma audiência pública foi realizada no local. O encontro reuniu lideranças afro-brasileiras para discutir a reforma e a manutenção da praça, debater o futuro do espaço e protestar contra o racismo religioso.

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Entre as demandas apresentadas pela comunidade, estão inclusas a necessidade de iluminação pública adequada e a presença de seguranças no espaço. Há câmeras de segurança instaladas na praça desde dezembro, mas elas ainda não foram ligadas

A conversa entre lideranças religiosas de matriz africana, membros da comunidade e representantes do poder público foi a primeira audiência pública do ano legislativo de 2024. A mesa foi presidida pelo deputado distrital Gabriel Magno (PT-DF).

Popularmente conhecida como Prainha, a Praça dos Orixás foi inaugurada em 1990, às margens do Lago Paranoá, na região central de Brasília. O espaço exibe 16 estátuas de orixás concebidas pelo artista plástico baiano Tatti Moreno. 

Apesar da representação cultural, desde a sua inauguração, o local sagrado enfrenta atos de vandalismo motivados por racismo religioso. Em 2006, quatro estátuas foram arrancadas. A restauração das obras só aconteceu em 2009, um ano após o local ser declarado patrimônio cultural imaterial do DF. 

Mesmo após o reconhecimento, outras estátuas foram depredadas e incendiadas ao longo dos anos. Atualmente, os monumentos de Oxalá, Ogum e Ossain estão danificados.

Em 2023, o Brasil registrou um total de 176.055 processos judiciais envolvendo casos de racismo ou intolerância religiosa. O número representa um crescimento de 17.000% em comparação à 2009, quando foram identificados 1 mil processos. 

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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