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Doações na pandemia caem e coletivos se mobilizam para garantir alimentos nas periferias

15 de setembro de 2020

Instituto Movimento e Vida, que oferece fisioterapia de graça no Complexo do Alemão, é uma das ações afetadas e faz vaquinha online para não fechar

Texto: Guilherme Soares Dias | Edição: Nataly Simões | Imagem: Natinho Rodrigues

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O cansaço do brasileiro em relação à pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, não reflete apenas na diminuição do isolamento social como também nas doações para aqueles que perderam emprego, renda e não têm como se sustentar nesse período. A denúncia é do editor do jornal Voz das Comunidades, Rene Silva.

Segundo o ativista social, desde o final de julho as doações têm caído. Em agosto as doações despencaram ainda mais e em setembro, até o momento, os coletivos quase não receberam insumos para distribuir à população.

“Estamos enfrentando problemas nas campanhas porque as doações diminuíram consideravelmente e as pessoas continuam precisando. Agora ainda mais porque muitos projetos continuam sem receber doações e as pessoas continuam com as mesmas necessidades ou até pior. Muita gente perdeu o emprego, o auxílio emergencial diminuiu o valor. Tem vários fatores que contribuem para que as pessoas precisem mais e outras pessoas e empresas doem cada vez menos”, afirma Rene, que mora no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

Entre as vítimas da falta de doações está o Instituto Movimento e Vida, que se mantém apenas com as doações recebidas de forma direta e do que arrecada em eventos beneficentes organizados ao longo do ano. Por conta da Covid-19, os eventos não têm ocorrido. O instituto que fica no Complexo do Alemão lançou uma vakinha on-line para continuar o trabalho que realiza há 14 anos.

O Movimento e Vida é o primeiro e único projeto do país de fisioterapia e reabilitação gratuita criado em uma favela e feito para atendê-la. “Eu não via esse trabalho acontecer para as pessoas da favela e eu via muita gente com deficiência ser abandonada. Porque a ausência do poder público é clara. O atendimento público também é falho e isso me incomodou, eu quis fazer alguma coisa para ajudar as pessoas”, conta a fisioterapeuta e psicóloga Monica Cirne Albuquerque, idealizadora do projeto, em entrevista ao Voz das Comunidades.

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