As fortes chuvas que atingiram Cavalcante, no Nordeste de Goiás, onde vivem os povos Kalungas, afetaram comunidades quilombolas nesta segunda-feira (27). Cerca de mil famílias estão ilhadas e pontes e estradas de acesso ao município foram interditadas. A prefeitura decretou estado de calamidade pública pelo prazo de 90 dias.
Segundo o portal de notícias Metrópoles, pelo menos três comunidades quilombolas do município na Chapada dos Veadeiros estão isoladas. No Vão das Almas e no Vão do Moleque, cerca de 400 famílias não têm como sair e esperam ajuda. Para piorar a situação, a comunidade está há quatro dias sem energia.
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A rodovia GO-118 está parcialmente destruída depois que uma parte do asfalto cedeu. Além disso, estradas estão com atoleiros, impossibilitando resgates por terra. O prefeito Vilmar Sousa Costa, que é quilombola, informou ao portal que canoas com alimentos vão ser enviadas pelo governo estadual e uma equipe do Corpo de Bombeiros chegou nesta terça-feira (28). Helicópteros devem ser usados no apoio e nos resgates.
As comunidades ficam na zona rural e não possuem água encanada. Por isso, muitas famílias constroem suas moradias próximo aos rios que cortam a região. Quando esses rios transbordaram, essas casas podem ser destruídas.
Um acidente semelhante aconteceu em 2016, na mesma região. A cheia do Rio Prata subiu 10 metros e atingiu a população do Vão do Moleque. Mais de 110 pessoas ficaram desabrigadas após 24 casas serem destruídas. Assim como aconteceu essa semana, a cheia de cinco anos atrás gerou estragos em vários pontos do município. Várias pontes caíram.
Para apoiar Cavalcante e as pessoas que passam necessidades devido às chuvas, a Secretaria Municipal de Assistência Social de Cavalcante divulgou três telefones de urgência às famílias que precisam de alimentação, abrigo, vestuário, assistência médica e transporte. Os números são (62) 3494-1074, (62) 9 9984-5944 e (62) 9 9649-1679.
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