Um dos maiores intelectuais quilombolas do país, Antônio Bispo dos Santos, conhecido como Nêgo Bispo, dará nome a uma escola municipal a ser construída na cidade do Rio de Janeiro.
A homenagem ao ativista e escritor que morreu em dezembro de 2023 foi proposta pela vereadora Thais Ferreira (PSOL) e aprovada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD).
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
“É importante reconhecermos os verdadeiros heróis e heroínas da nossa história que não estão registrados nos livros escolares. Nego Bispo merece o máximo respeito por uma vida inteira dedicada ao movimento quilombola e nos movimentos de luta pela terra.”, destaca Thais Ferreira.
Quem foi Nêgo Bispo?
Nascido em 10 de dezembro de 1959 no então povoado Papagaio, atualmente município de Francinópolis, Nêgo Bispo foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e diretor da Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Estado do Piauí (Fetag). Atuou também na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).
É autor de artigos e livros sobre a história de resistência do povo negro e elaborou o conceito de contracolonialismo, ato de reforçar a cultura, práticas, organização social, todas as manifestações coletivas de povos colonizados contra os esforços de imposição dos colonizadores, que definia como “veneno”.
Entre suas obras estão os livros “Quilombo, Modos e Significados” e “Colonização Quilombos: Modos e Significados”. Bispo também dirigiu o filme-documentário “O Jucá da Volta”, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHA)N.
O ativista e escritor morreu em 3 de dezembro de 2023, aos 63 anos, por complicações causadas por diabetes no Quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí (PI).