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Exposição ao calor extremo durante o trabalho prejudica a saúde a curto e longo prazo

A exposição a altas temperaturas leva o organismo humano a se esforçar mais para se regular, o que eleva os riscos à saúde
Vendedor ambulante de chapéu em rua do centro do Rio de Janeiro em 17 de fevereiro de 2025, data em que a temperatura da capital fluminense chegou a 44ºC.

Vendedor ambulante de chapéu em rua do centro do Rio de Janeiro em 17 de fevereiro de 2025, data em que a temperatura da capital fluminense chegou a 44ºC.

— Tânia Rêgo/Agência Brasil

4 de março de 2025

Somente entre janeiro e fevereiro de 2025, mais de 5 mil pessoas buscaram atendimento médico na rede pública de saúde por causa dos efeitos do calor extremo, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ).

O calor excessivo na capital fluminense é um reflexo das altas temperaturas em todo o país, decorrente também das mudanças climáticas. Neste cenário, trabalhadores que passam o dia expostos ao sol escaldante, como entregadores de aplicativo e vendedores ambulantes, podem ter a saúde prejudicada  a curto e longo prazo. 

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É o que aponta a pesquisadora Tatiane Cristina Moraes de Sousa, professora do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). 

Em entrevista à Agência Brasil, Tatiane explica que entre os efeitos imediatos da exposição ao calor intenso estão sinais de exaustão e insolação, que em casos mais graves podem provocar complicações em órgãos vitais.

“A pessoa pode ter desmaios, náuseas, diferentes sinais e sintomas que mostram que ela está se encaminhando para uma insolação. O risco final, que pode acontecer de imediato dependendo das condições, é a pessoa vir a óbito”, comentou.

Já entre os efeitos a longo prazo, a pesquisadora diz que o calor extremo faz com que o organismo humano precise de mais esforço para se regular. “Nosso sistema cardiovascular e nosso sistema renal estão se esforçando mais para o nosso corpo voltar à temperatura em que o organismo funciona melhor, em torno de 37ºC, então, se expormos o nosso corpo a esse esforço por um longo período, também aumentamos a chance de aparecerem doenças crônicas”, descreveu.

Segundo Sousa, os profissionais mais afetados são aqueles com vínculos informais de trabalho, especialmente entregadores e vendedores ambulantes, que dependem dos horários de maior movimento. “Como você vai garantir que esse vendedor não trabalhe nos horários de pico, se no carnaval, por exemplo, é o momento em que eles mais ganham?”, questiona.

Esses riscos aos quais as populações, sobretudo os trabalhadores, enfrentam ao serem expostos a altas temperaturas exigem atuação do poder público para mitigá-los. No Rio de Janeiro, por exemplo, a prefeitura disponibilizou pontos de hidratação gratuita nas ruas. A pesquisadora recomenda que as pessoas tentem se proteger buscando áreas cobertas e ventiladas usando chapéus e toalhas molhadas para se refrescar.

Com informações da Agência Brasil.

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