No ambiente virtual, a expressão ‘BBB21’ é a mais buscada da história das edições e acompanha o aumento de ameaças online
Texto: Roberta Camargo | Edição: Nataly Simões | Imagem: Reprodução/Rede Globo
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Os familiares de Lumena Aleluia, Karol Conká e Projota relataram nas redes sociais terem sido alvos de ameaças em razão das ações dos participantes do BBB 21 não irem de encontro às expectativas do público. A desistência do ator Lucas Penteado, por exemplo, e os ataques dos brothers à participante Juliette, impulsionaram os comentários e mensagens com teor ameaçador.
“A Marieva foi jurada de morte e eu fiquei muito mexida com isso”, desabafou Tâmara Contro, esposa de Projota, em publicação no Instagram. Marieva é a filha do casal, que completou um ano no dia 8 de fevereiro. A atriz e produtora de conteúdo conta que já tomou as providências para a investigação do crime e que se sente injustiçada com a situação. “Nada que o Projota pudesse ter feito na casa deveria respingar em pessoas que estão aqui fora”, avaliou
O filho da cantora Karol Conká também foi vítima de ameaças através das redes sociais. Jorge Conká usou o Instagram para contar que o público do programa ultrapassou os limites de respeito e fez o convite para uma reflexão. “Se coloquem no meu lugar, imaginem se fosse alguém te ameaçando e xingando sua mãe. Zero empatia, né, rapaziada?”, escreveu.
A assessoria da cantora também se posicionou contra as ameaças feitas ao jovem de 15 anos e pontuou a gravidade dos ataques. “São ataques cruéis e que não têm ligação alguma com os últimos acontecimentos”.
Os ataques feitos por uma parcela do público no Instagram também atingiram a esposa da participante Lumena. A esposa da psicóloga, Fernanda Maia, disse em duas redes sociais que o “cancelamento” já passou e reiterou a fala dos familiares de Projota e Karol Conká. “Eu e a família de Lumena não entramos no BBB21”, afirmou.
Cibercrime
Segundo dados do Google Trends, as pesquisas sobre termos relacionados ao BBB 21 dispararam nas redes sociais desde a estreia do reality no dia 25 de janeiro. As ameaças feitas nas redes sociais contra os familiares se tratam de cibercrime e se enquadram no mesmo processo penal que os crimes praticados fora do ambiente virtual, conforme destaca o advogado Gabriel Prado. “A calúnia, a injúria e a ameaça podem acontecer também no meio virtual, então estão naqueles tipos penais que temos no artigo 147”, explica.
A partir da denúncia feita pelos familiares dos participantes do reality, a condução do processo também é a mesma. “A única diferença é o meio que ele vai ser consumado. É muito importante ter sempre o local, então quando se trata da internet a gente fala da URL, com o link da publicação”, detalha Prado.
O advogado lembra ainda que redes sociais como o Instagram e o Twitter não têm responsabilidade sobre os comentários feitos pelos usuários. “As plataformas só respondem pelos crimes se existir uma ordem judicial pedindo a remoção daquele conteúdo”, conclui.