O ato “Fora Bolsonaro” na avenida Paulista, em São Paulo, reuniu diversas entidades de classe, partidos de Centro, ex-aliados do governo, sindicatos, partidos de esquerda e movimentos organizados da sociedade. Em sua terceira edição, o protesto, que foi antecipado, demonstrou a insatisfação da população com o governo federal. Reunidos a partir das 15h, os manifestantes usaram de faixas, cartazes e até humor para criticar o presidente. A quantidade de pessoas que compareceram ao ato afetou o funcionamento das linhas de ônibus da região.
A denúncia sobre uma transação de propina no valor de um dólar a mais em cada dose da vacina Covaxin, da Índia, e a notícia de aplicação de imunizante com data de validade vencida na população abalaram ainda mais a imagem do governo. Outros atos aconteceram, também neste sábado, em Pernambuco, no Rio de Janeiro, e vários outros estados do Brasil.
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“Vejo, neste ato, muita gente comentando que é a primeira vez que participa. Pessoas que vieram porque não aguentam mais essa situação e querem o impeachment já. O Bolsonaro tem sangue nas mãos, ele é um genocida, um assassino”, disse o deputado federal Orlando Silva, do PCdoB-SP.
O petista Fernando Haddad, que concorreu no segundo turno contra Bolsonaro, em 2018, esteve no ato pelo impeachment e comentou a atuação do presidente no comando do país.
“Ele não tem condição de governar. Ele odeia os negros, odeios os povos indígenas e tem um plano para matar a população. Uma pessoa que não fez nada além de se envolver em esquemas e corrupções durante 30 anos como deputado, não iria fazer nada diferente disso na presidência. Já dava para perceber isso lá atrás”, disse Haddad.
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Douglas Belchior, da Unegro e da Coalizão Negra por Direitos, falou sobre a necessidade de aumentar a pressão das forças políticas e da sociedade para exigir o impeachment. “O super pedido de impeachment reúne todos os crimes cometidos pelo atual presidente desde a posse em 2019 e também representa a indignação e revolta do povo contra as 522 mil mortes. E nós sabemos bem quem são as pessoas que estão morrendo, qual a estratégia por trás das ações do governo”, disse Belchior.
Segundo estimativa da Polícia Militar de SP, o protesto reuniu 5.500 pessoas. O ato anterior, em 19 de junho, contou com 9.000 pessoas. A percepção de quem estava lá, no entanto, era de que havia mais gente considerando o público fluante que se estendeu, com distanciamento social, por vários quarteirões. Às 19h30, após o fim do ato, a PM publicou no Twitter que uma agência de banco e um ponto de ônibus foram depredados na avenida da Consolação e que houve confronto com manifestantes.