Na região do Grajaú, periferia da zona sul da capital com 86 bairros, a preocupação dos moradores é principalmente com a baixa testagem para saber se os casos monitorados são mesmo de Covid-19
Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Reuters
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A cidade de São Paulo, junto com toda a região metropolitana, regrediu da fase Verde para a fase Amarela no plano estadual de controle da pandemia do Covid-19, o novo coronavírus, o que significa uma flexibilização menor no processo de reabertura da economia.
O boletim de 1º de dezembro da Secretaria Municipal de Saúde, quando foi informada a regressão, indicou 603.922 casos monitorados de coronavírus, 409.833 confirmados e 14.471 mortes por conta da doença desde o início da pandemia.
A taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para Covid-19 na capital está em 54%, de acordo com os boletim da pasta municipal de Saúde, sendo uma ocupação de 80% dos leitos contratados na rede privada e 52% nos leitos em hospitais públicos. Quando a cidade passou da fase amarela para a fase verde, na classificação anunciada dia 10 de outubro, a taxa de ocupação era de 33%, sendo 51% nos leitos contratados e 31% nos hospitais municipais.
Na região do Grajaú, periferia da zona sul da capital com 86 bairros, a preocupação dos moradores é principalmente com a baixa testagem para saber se os casos monitorados são mesmo de Covid-19. Na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Eliane, o balanço do dia 24 de novembro apontou 3.032 casos monitorados, 352 confirmações e 21 mortes.
Do dia 10 de outubro até 1º de dezembro, quando a cidade esteve na fase verde, as internações em UTI por conta do coronavírus subiram de 430 para 536 casos. Os pacientes que foram internados na UTI com necessidade de ventilação mecânica, estado mais grave da doença, subiu de 172 para 260 casos.
Só nos hospitais municipais, o total de pacientes na UTI com Covid-19 e que estavam com ventilação mecânica subiu de 146 casos, quando a cidade passou da fase amarela para verde, para 239 pacientes, nesse retorno para a fase amarela.
Na comparação do mesmo período, os dados do boletim do dia 10 de outubro e do boletim do dia 1º de dezembro, os casos de necessidade de ventilação mecânica para pacientes de Covid-19 nos leitos contratados pela prefeitura em hospitais particulares foi de 26 para 21 pacientes.
No boletim de 10 de outubro, a Secretaria Municipal de Saúde havia informado um total de 433.169 casos monitorados, 343.574 casos confirmados e um total de 13.114 casos de morte pela doença.
No período de sete semanas e quatro dias, na fase verde da pandemia, foram 66.259 casos confirmados e 1.357 mortes. A média é de 1.272 casos novos e 26 mortes por dia.
A agência de notícias Alma Preta entrou em contato com a prefeitura e a pasta de Saúde de São Paulo para saber qual a situação específica da taxa de ocupação e oferta de leitos de UTI para Covid-19 nos hospitais públicos que atendem as populações das periferias da cidade, porém não houve resposta até a publicação desta reportagem. A gestão municipal também foi questionada sobre os planos de testagem da população e não se posicionou.