Um jovem indígena da etnia Kaingang, de 26 anos, foi assassinado a tiros na sexta-feira (26). Segundo a nota do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Hariel Paliano sofreu uma emboscada dentro da aldeia Kakupli, que fica na Terra Indígena (TI) Ibirama La Klãnô, próximo ao município de Itaiópolis, em Santa Catarina.
Hariel foi encontrado já sem vida, com sinais de espancamento e queimaduras, a 300 metros de sua casa. O jovem estava sozinho, pois seus familiares e outros indígenas da comunidade se encontravam em Brasília (DF), na vigésima edição do Acampamento Terra Livre.
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De acordo com outra denúncia, publicada pela Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ArpinSul), os criminosos também atearam fogo contra a residência dos familiares da vítima. De acordo com a publicação, não seria a primeira vez em que a família foi alvo de ataques de não-indígenas.
A ArpinSul informa que o caso ocorre em meio a disputas de território entre a comunidade e fazendeiros locais, que têm ameaçado as famílias indígenas. Na publicação, a Articulação destacou a urgência de se pautar as questões de demarcação, segurança e direito das comunidades.
“Este evento é mais um lembrete sombrio das ameaças persistentes enfrentadas pelos povos indígenas e da necessidade contínua de proteger seus direitos e suas vidas”, diz trecho da publicação.
A CIMI recordou que os conflitos na região se tornaram mais acirrados após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que suspendeu ações judiciais relacionadas a Lei do Marco Temporal.
“Nos últimos meses, a aprovação e promulgação da Lei 14701/2023, que torna vigente o marco temporal, e a decisão tomada pelo ministro Gilmar Mendes no dia 22 de abril, que manteve a vigência da Lei 14701/2023, foram entendidas como uma vitória dos setores que se contrapõem à demarcação da TI Ibirama La Klãnô, repercutindo no endurecimento do ambiente de tensão que se vive na região”, diz o Conselho em nota.