A morte de Jhonny Lucindo completa 1 ano de impunidade. Para familiares do jovem pernambucano sua partida tem sido sinônimo de dor e de frustração com a Justiça. Aos 17 anos, ele foi assassinado com um tiro na cabeça no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Para a polícia, o disparo foi dado sob a justificativa de que Jhonny “parecia estar armado”. Para marcar a data da morte, familiares organizaram um ato em frente ao Fórum Desembargador Henrique Capitulino, na manhã desta quinta-feira (5).
Mesmo debaixo de chuva, parentes e amigos foram ao órgão para cobrar justiça, que não prendeu o acusado do disparo, um agente que, atualmente, encontra-se em liberdade e com direito à aposentadoria. De acordo com os familiares, o funcionário da corporação teria pedido o fim do período de suas atividades dias antes de efetuar o disparo contra o garoto.
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A mãe ainda pontuou, durante o ato, à mídia, que desde o ocorrido não recebeu qualquer tipo de assistência por parte do Governo de Pernambuco e segue sem respostas sobre o que vai ser feito em resposta à vida do seu filho que foi levada. Junto aos parentes, a mãe transformou seu luto em luta e, com camisas brancas estampadas com a foto do jovem, pediu que a justiça agisse coerentemente e com celeridade.
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Para a advogada do caso, Isabella Lima, o tempo de duração para apresentação do réu e os desdobramentos do caso perante à justiça fazem parte de um processo lento, comum aos casos criminais. “Mesmo sendo decretada a citação desde maio, para que o policial responda a acusação e que um processo esteja rolando na corregedoria sobre como se deu todo o ato durante expediente de trabalho, o caso anda a passos lentos. Enquando isso, a família segue receosa que o caso demore ainda mais e que o agente saia impune”, pontua, em conversa com a Alma Preta Jornalismo.
O processo, mesmo após um ano, ainda se encontra na fase inicial, de acordo com a advogada. Segundo ela, para a família, a justiça será feita com a punição da perca da farda, ou expulsão da coorporação policial e, por consequência, a retirada do direito à aposentadoria. Um novo ato ainda não tem data para ser realizado.