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Mães de Maio realiza ato em Santos em memória das vítimas de massacre 

Movimento convoca mobilização na Estação da Cidadania em memória das vítimas
Débora Maria da Silva, co-fundadora do Mães de Maio.

Débora Maria da Silva, co-fundadora do Mães de Maio.

— Reprodução/Gabriel Guerra/Conectas

12 de maio de 2025

Nesta segunda-feira (12), a partir das 17h, o Movimento Independente Mães de Maio realiza um ato político na Estação da Cidadania, localizada na Av. Ana Costa, 340, em Santos (SP). A mobilização marca os 19 anos do Massacre de Maio de 2006, quando mais de 500 pessoas foram assassinadas em ações policiais e de grupos de extermínio no estado de São Paulo.

O ato tem como objetivo reafirmar o compromisso com a memória das vítimas, fortalecer a denúncia das violações cometidas pelo Estado e reivindicar justiça para os familiares. A concentração começa às 17h, com início oficial do ato às 18h.

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Crimes de Maio e a construção da memória

Em maio de 2006, o estado de São Paulo viveu uma das maiores ondas de violência institucional da história recente do país. As ações resultaram na morte de centenas de pessoas, em sua maioria jovens negros, moradores das periferias.

Desde então, familiares das vítimas organizam-se em torno do Movimento Mães de Maio. “Seguimos firmes na exigência de respostas para as inúmeras vidas ceifadas e famílias impactadas por aqueles trágicos eventos”, afirma a convocatória do ato.

O movimento denuncia que o massacre segue em curso no Brasil, com raízes no modelo de segurança herdado do período colonial. “Selamos um compromisso com a vida: ser uma força que causa a pane dos algozes e desvia seus disparos”, afirma o texto divulgado pelo coletivo.

Semana Estadual das Pessoas Vítimas de Violência

A atuação do movimento resultou na criação da Semana Estadual das Pessoas Vítimas de Violência, instituída pela Lei Estadual n.º 15.501/2014. A semana ocorre anualmente entre os dias 12 e 19 de maio e busca dar visibilidade às vítimas da violência do Estado.

A legislação reconhece a luta das Mães de Maio por políticas públicas voltadas à memória, reparação e garantia de direitos para os familiares das vítimas. O ato desta segunda-feira integra a agenda da semana e convida toda a sociedade a se posicionar contra o extermínio da juventude periférica.

Projeto EnfrentAção: escuta e reparação

Além da mobilização nas ruas, o Movimento Mães de Maio também integra ações institucionais. No dia 7 de maio, foi lançado oficialmente o projeto EnfrentAção – Pesquisa e Intervenção Multiprofissional a partir da escuta de mães e familiares de vítimas da violência de Estado.

A iniciativa é fruto da parceria entre a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por meio do Centro de Arqueologia e Antropologia Forense (CAAF), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (SAJU/MJ) e o próprio movimento.

O projeto prevê atendimento multiprofissional, escuta qualificada e produção de conhecimento a partir da vivência de até 150 mulheres em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Ceará. A ação busca garantir acesso à justiça, à memória e à reparação simbólica e social.

Convocação popular

O movimento afirma que sua trajetória “se faz na busca por justiça, memória e acolhimento dos familiares ante ao massacre que segue em vigor no Brasil desde o período colonial”.

“O Movimento Mães de Maio está em luta pelo direito ao não aniquilamento“, afirma a convocatória. “Assim, somos pedra no sapato, pela sede de justiça que vela pelo descanso das almas.”

A organização convida a população a participar do ato para fortalecer a construção de uma sociedade que valorize o direito à vida e rompa com a lógica de extermínio. “Sua presença é fundamental para ecoar as vozes das Mães de Maio”, finaliza a chamada para o evento.

Serviço

Ato das Mães de Maio: 19 ANOS SEM RESPOSTA

Quando: segunda-feira, 12 de maio

Horário: concentração a partir das 17h, ato político às 18h na Estação da Cidadania

Onde: Av. Ana Costa, 340 – Santos – SP, 11060-000

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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