No total, os boletins epidemiológicos independentes, realizados pela Conaq, mostraram um aumento de 527 casos e 13 novos óbitos em agosto
Texto: Flávia Ribeiro | Edição: Nataly Simões | Imagem: Prefeitura de Carneiros
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O mês de agosto se encerra com 4.504 casos confirmados de Covid-19, o novo coronavírus, entre moradores de comunidades remanescentes de quilombo no país. Foram 527 casos novos mostrados nos boletins epidemiológicos publicados pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) ao longo do mês.
De acordo com o boletim epidemiológico mais recentes, de 28 de agosto, o número de quilombolas mortos na pandemia chegou a 155. São 13 mortes a mais em relação à primeira divulgação do mês, quando havia o registro de 142 mortes. Há ainda 1.212 casos em monitoramento e três óbitos com suspeita, mas sem confirmação de diagnóstico.
Os boletins independentes publicados pela Conaq são realizados em parceria com as articulações estaduais, nos territórios onde atua, e apontam que já houve registro de óbitos em 16 dos 24 estados onde existem quilombos certificados e/ou em processo de certificação. Mais da metade dos casos confirmados e de morte estão na região Amazônica.
“Evidências da transmissão da doença em territórios quilombolas são sub-notificadas pelas autoridades sanitárias, pois muitas secretarias municipais ainda deixam de informar quando a transmissão da doença e morte ocorre entre pessoas quilombolas. Favorecendo assim o apagamento da população quilombola frente a catástrofe da pandemia do coronavírus”, pontua a coordenação, em comunicado.
Ao longo de agosto, o Pará se confirmou como o epicentro da pandemia entre quilombolas. A Coordenação das Associações das Comunidades Quilombolas do Estado do Pará – Malungu, em parceria com o Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Sociedades Amazônicas, Cultura e Ambiente (Sacaca) da Universidade Federal do Oeste do Para (Ufopa), também realiza um monitoramento do avanço da Covid-19 no estado.
O boletim desta segunda-feira (31) informa 2.022 casos confirmados da doença no estado. São 375 a mais do que os registrados em 1 de agosto, quando eram 1.647. Em relação a número de mortos, eram 41 registros no começo do mês, agora, 43. Este número se mantem estável desde 8 de agosto. Hoje, há ainda 1.179 casos suspeitos e sem assistência médica, 1.007 casos suspeitos em tratamento médico, um hospitalizado e um óbito em investigação.