Influenciado pelo pai, o repórter cinematográfico Edilson Caju, Maycom Mota começou o trabalho na comunicação aos 21 anos. A decisão aconteceu em meio à carreira de jogador profissional de futebol, profissão que exercia desde os 15 anos quando jogava no time de base da Portuguesa.
Em busca de combinar arte e comunicação, o jornalista conta que atuava como fotógrafo e produzia grupos musicais de diferentes gêneros. Foi a forma que encontrou de unir duas coisas importantes para ele no exercício da profissão na carreira de audiovisual.
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“Eu deixei de ser jogador de futebol por uma decisão minha. Tive apoio, mas também resistência por pauta da família, porque acreditavam que eu deveria continuar”, relembra o jornalista. Como jogador, teve a oportunidade de conhecer diferentes estados e viajar para fora do Brasil. No jornalismo, as viagens e novas descobertas continuaram.
Escolhido pela profissão
Maycom conta que começou a estagiar na TV da Assembleia Legislativa de SP e, logo depois em 2013, entrou na Rede Globo como assistente. “A Globo tinha um sistema diferente do que é hoje, eu trabalhava em várias áreas. Globo Repórter, Fantástico, jornais locais. Eu não fui atrás do jornalismo, mas eu me tornei [jornalista] depois por conta dessa movimentação”, relata.
Hoje, Maycom faz parte da equipe do Profissão Repórter e reconhece a importância de sua atuação no programa. “É uma potência gigantesca você ver jornalistas negros e saber que você pode almejar estar num lugar como esse também”, afirma. Na última terça-feira (15), ele foi responsável pela sugestão de pauta e realização de uma reportagem sobre a importância do Funk nas periferias de São Paulo e se diz orgulhoso do feito.
Além da TV, Maycom mantém projetos independentes que, segundo ele, ajudam a manter o equilíbrio e a paixão pela comunicação. “Tenho uma rádio online que se chama Rádio Mixtura e, antes da pandemia, eu produzia um sarau de poesia, roda de samba, vários eventos culturais. O jornalismo me faz lidar com as dificuldades das pessoas, é muito difícil. São muitas situações que me deprimem. Esse trabalho paralelo me faz ter um equilíbrio, de entender quem eu sou, que a vida tem um lado muito bonito, humano”, explica.
Apaixonado por cultura e também pela comunicação, Mota tem muitos objetivos pela frente e reconhece que ainda há um longo caminho para encontrar mais diversidade no meio jornalístico. “A gente viu um programa com três pessoas negras na frente das câmeras, mas isso não reflete a realidade”, argumenta.
“Eu me vejo fazendo cada vez mais reportagens”, conta Maycom de olho no futuro. “Eu quero dar continuidade ao trabalho que estou fazendo e cada vez atingindo mais pessoas fora dessa bolha que a gente está acostumado. Quero fazer mais programas para que as pessoas parem para refletir sobre o que tem na periferia”, almeja o jornalista.