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Médicos e enfermeiros negros contratados na pandemia receberam salários inferiores aos dos brancos

16 de setembro de 2020

Levantamento que analisou as contratações feitas entre janeiro e junho revela que salário para médico negro foi 18,7% menor e para enfermeiro 12,6% menor do que o de brancos

Texto: Redação I Edição: Nataly Simões I Imagem: Raphael Pizzino

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No Brasil, as oportunidades de trabalho para médicos e enfermeiros no primeiro semestre deste ano foram quase 30% maiores do que em 2019. Os profissionais de saúde negros, no entanto, foram menos contratados e tiveram remuneração inferior a dos brancos. É o que revela um levantamento feito pela plataforma Quero Bolsa com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), elaborado pelo governo a partir de informações repassadas pelas empresas.

Entre janeiro e junho de 2020, em meio à pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, iniciada em março, foram feitas 3.927 contratações de médicos brancos contra 2.197 de médicos negros. O salário médio dos profissionais brancos foi de R$ 6.950,73 e o dos negros ficou em R$ 5.855,96, o que corresponde a 18,7% a menos.

Para a função de enfermeiros, foram contratados 17.186 brancos e 14.957 negros. Na médial, os profissionais brancos receberam uma remuneração média de R$ 3.658,92, enquanto a dos negros foi de R$ 3.248,50, 12,6% a menos.

Em alguns estados, a diferença de salários entre enfermeiros brancos e negros foi menor. É o caso de São Paulo, onde o profissional branco recebeu em média R$ 4.170,51 e o negro R$ 4.118,03; e da Bahia, com R$ 2.794,83 para o branco e R$ 2.703 para o negro.

A maior diferença salarial por raça foi no Amazonas, com R$ 8.992,15 para o branco e R$ 3.826, 25 para o negro. Em nove estados, o salário do profissional negro foi maior que o do branco para a função de enfermeiro. Na comparação com a contratação de médicos, apenas quatro estados pagaram salários maiores para negros: Espírito Santo, Distrito Federal, Paraná e Rio de Janeiro.

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