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Ministério Público Militar pede prisão de acusados de matar músico negro há quase dois anos

O carro onde Evaldo Rosa estava com a família recebeu mais de 80 tiros; promotores também pediram condenação pela morte de catador de recicláveis que tentou ajudar a vítima

Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Acervo Pessoal

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16 de fevereiro de 2021

O Ministério Público Militar (MPM) pediu a prisão de oito dos 12 integrantes do Exército acusados de terem disparado mais de 200 tiros contra o músico negro Evaldo dos Santos Rosa, assassinado em abril de 2019 na Zona Norte do Rio de Janeiro. Os promotores também pediram a condenação por tentativa de homicídio contra o sogro do músico, atingido de raspão, e pela morte do catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, que tentou ajudar Evaldo a escapar dos tiros.

Segundo o órgão militar, os acusados não estavam em situação de legítima defesa e dispararam os tiros de fuzil e pistola sem checar quem eram as pessoas que estavam no veículo por acreditarem que se tratavam dos criminosos com quem haviam trocado tiros anteriormente.

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“Assim agindo, mataram, com 82 disparos (!!!), um músico que estava desfalecido dentro de seu carro e cuja esposa e filho de 7 anos tinham acabado de sair correndo para pedir ajuda, feriram um idoso e feriram mortalmente um catador de recicláveis que apenas se aproximou do veículo para prestar ajuda atendendo aos gritos de socorro da esposa de um homem inconsciente”, diz trecho do texto do MPM, obtido pela CNN e divulgado em 15 de fevereiro.

Ainda de acordo com o órgão militar, os promotores pediram que o tenente responsável pelo grupo de militares receba da justiça uma pena maior por ter sido quem mais disparou tiros e em razão de ter estimulado a ação que tirou a vida das vítimas. Em relação aos outros quatro militares que também são réus, os promotores solicitaram absolvição por falta de provas.

A execução

No domingo de 7 de abril de 2019, o músico Evaldo Rosa, que tinha 51 anos, estava a caminho de um chá de bebê na companhia da esposa Luciana Nogueira, do filho de sete anos, do sogro e de uma amiga da família, quando o carro foi alvo de tiros disparados pelos militares do Exército na região do bairro de Guatalupe.

Segundo o laudo feito na época, o veículo recebeu pelo menos 257 tiros de fuzil e pistola. O MPM informou que foram comprovados 82 tiros e que houve dificuldade de comprovar o número exato de tiros que cada militar envolvido no crime disparou.

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