Moradores do Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador, acusam policiais militares pela morte de um entregador de comida durante uma operação realizada no bairro, na quinta-feira (4). De acordo com populares, Marcos Ítalo Menezes fazia um entrega no bairro quando foi atingido. Devido ao ocorrido, os ônibus pararam de circular na região nesta sexta-feira (5).
Após ficar ferido, a vítima entrou em um estabelecimento comercial para fugir, foi quando policiais militares armados entraram no local. Câmeras de segurança do estabelecimento registraram o momento em que a vítima tenta se esconder atrás de um funcionário para não ser retirado pelos policiais. No entanto, um dos policiais o puxa pelo braço e o retira do estabelecimento. Em um outro vídeo, gravado do lado de fora do estabelecimento, um rapaz diz que os policiais vão matar o jovem. Logo após, é possível ouvir barulhos de tiros.
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O entregador fazia o serviço há um mês. Segundo a dona do estabelecimento onde ele trabalhava, Marcos Ítalo não estava armado e chegava ao local para começar a fazer as entregas, quando foi atingido.
“Que covardia, gente! O que é isso? Quer dizer que no Nordeste só tem vagabundo, só tem ladrão? O menino trabalhava. Ele me pediu oportunidade. O menino já tinha um mês trabalhando comigo. A mãe dele suou para dar uma moto a ele para achar uma oportunidade”, comentou a mulher à reportagem do Bahia Meio Dia.
Por causa da morte, familiares do entregador fizeram um protesto em frente à Corregedoria da Polícia Militar para cobrar respostas.
Em nota enviada à Alma Preta, a Polícia Militar informou que policiais do Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto) da 40ª CIPM faziam rondas na Rua do Futuro quando um grupo armado atirou contra a guarnição. Os suspeitos teriam fugido e um deles, que foi baleado no tórax, tentou se esconder em um mercadinho. Conforme a PM, ele estava armado com um revólver calibre 38, foi alcançado e encaminhado para um hospital, mas não resistiu.
“A ocorrência foi registrada na Corregedoria da Polícia Militar, que irá instaurar um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o fato”, completa a nota.
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