O Ministério Público da Bahia (MPBA) anunciou, na última quinta-feira (6), a abertura de uma investigação sobre a operação da Polícia Militar que resultou em 12 mortes no bairro Fazenda Coutos, no subúrbio de Salvador.
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) também solicitou a abertura de um inquérito à Polícia Civil para apurar se houve “algum exagero” por parte dos policiais militares. O pedido foi feito em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, na quarta-feira (5).
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“Nós pedimos que todo o estudo seja feito para averiguar se houve algum exagero pela polícia. O estudo está acontecendo para a gente poder averiguar se há algum exagero”, disse Rodrigues.
Segundo o MPBA, uma reunião foi realizada com as secretarias de Segurança Pública (SSP) e de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), além das polícias Civil e Militar, para estabelecer os encaminhamentos das diligências sobre a intervenção policial.
As diligências terão a participação dos grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp).
Para o secretário de Segurança, Felipe Freitas, é necessário que as instituições de Estado assegurem a “máxima transparência” nas ações deflagradas, especialmente quando há casos envolvendo mortes.
“O Governo do Estado colaborará para que o Ministério Público, órgão responsável pelo controle externo da atividade policial, tenha pleno acesso aos dados da ocorrência de Fazenda Coutos e que o Poder Judiciário e os órgãos de correição da própria Polícia Militar possam se manifestam tecnicamente sobre o processo”, declarou Freitas, em nota.
O caso
A operação foi deflagrada pelas Rondas Especiais (Rondesp) da Polícia Militar da Bahia (PMBA) na terça-feira (4), último dia de Carnaval. Segundo o Instituto Fogo Cruzado, esta foi a segunda maior chacina na capital baiana em três anos.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que a ação ocorreu durante a madrugada, no subúrbio ferroviário de Salvador, depois da denúncia de que um grupo criminoso havia invadido a área, em uma disputa de facções. Ainda de acordo com a pasta, houve confronto armado com as 12 vítimas.
Além de ser a maior chacina, o Fogo Cruzado também aponta que esta foi a centésima ocorrência do gênero desde 2022.
O bairro em questão é apontado pelo instituto como uma das regiões com mais ocorrências de chacina, com três casos. Do total, cerca de 66,66% dos casos foram ocasionados por policiais militares.