O Ministério da Saúde instalou nesta quinta-feira (15) um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à Mpox no Brasil. A medida foi anunciada após a decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de declarar emergência internacional para a doença.
O Centro de Operações vai operar na sede da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), em Brasília. A instalação do colegiado contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Durante a instalação do centro de operações, a ministra enfatizou que, embora não haja motivos para “alarme”, é necessário manter um estado de “alerta” em relação ao vírus.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Segundo o ministério, desde a primeira emergência decretada em razão da doença a vigilância para a Mpox se manteve como prioridade. Dados da pasta brasileira indicam que, desde 2023, o país apresenta estabilidade no número de infecções.
Em 2024, o Brasil registrou 709 casos confirmados ou prováveis de Mpox, um número significativamente menor em comparação aos mais de 10 mil casos notificados em 2022. Desde então, 16 óbitos foram registrados, com a morte mais recente em abril de 2023.
A pasta também comunicou que está acompanhando de perto a situação global e as orientações da OMS e outras entidades, e que já iniciou a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no Brasil.
Na instalação do centro, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destacou que “há uma vigilância sensível para Mpox e, de forma preventiva, as recomendações e o plano de contingência para a doença no Brasil estão sendo atualizadas.” Ela esclareceu ainda sobre as cepas do vírus durante a instalação do COE-Mpox.
“Atualmente, temos duas cepas circulando na região da África. Após a declaração de emergência, descobriu-se que os primatas não eram os únicos hospedeiros da doença. A cepa 1 da variante B, que surgiu no Congo, tem gerado maior preocupação e é a razão para esta nova declaração da OMS, por ter se mostrado mais transmissível. Mutações fizeram com que essa variante B causasse casos mais graves, inclusive em crianças, o que representa uma apresentação diferente do que observávamos anteriormente”, disse.
Vacinação contra a Mpox no Brasil
Durante a instalação do Centro de Operações, o Ministério da Saúde anunciou que está em negociação com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para a aquisição emergencial de 25 mil doses da vacina contra a Mpox.
“A vacina Jynneos é de um produtor nórdico e é uma produção pequena. Há insuficiência no mercado internacional”, disse Ethel Maciel ao explicar que a OMS negocia com o produtor o aumento da oferta de doses. “Neste momento, estamos negociando com a OPAS um processo de compra. Para que, além daquelas pessoas que já vacinamos, ter uma reserva no Brasil”, acrescentou.
Durante a primeira emergência global por mpox, em 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial da vacina Jynneos para combater a doença, já que o insumo não era licenciado no Brasil. A autorização foi renovada em fevereiro deste ano, mas venceria novamente este mês. O ministério já fez um novo pedido de renovação.