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Mulheres negras enfrentam piores condições de trabalho na Bahia, aponta pesquisa

Segundo o boletim do Observatório do Trabalho da Bahia, as mulheres negras possuem rendimento médio menor do que mulheres não negras e homens em geral
Em 2023, o rendimento médio de mulheres negras foi cerca de 35% menor do que o de homens não negros.

Foto: Reprodução / Pexels

1 de agosto de 2024

O boletim “A Condição de Inserção da Mulher Negra no Mercado de Trabalho Baiano”, divulgado pelo Observatório do Trabalho da Bahia (OBA), indica que as mulheres negras enfrentam maiores taxas de informalidade e subocupação entre a população do estado.

A publicação reúne dados anuais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) de 2013 a 2023, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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De acordo com o estudo, apesar de representarem maioria entre as pessoas com idade para trabalhar na Bahia, a taxa de desocupação das mulheres negras superou a de mulheres não brancas e homens em todos os anos analisados. 

Em 2013, o índice foi de 14,9%, seguindo para 29,4% em 2021 e 18,6% em 2023. Para as mulheres não negras, a porcentagem foi respectivamente de 10,2%, 22,9% e 14,7%. 

A desocupação feminina, considerando os números das mulheres negras e não negras, foi maior do que os índices dos homens em todo o período observado. Foram registradas as porcentagens de 9,7% (2013), 18,1% (2020) e 9,6% (2023).

A proporção de mulheres negras em situação de subocupação ou informalidade também se destacou no levantamento, tendo registrado 14,3% em 2023. No mesmo ano, a subocupação das mulheres não negras atingiu 5,6% da população, e a de homens 11%.

Mulheres negras baianas têm pior renda

O rendimento médio foi outra característica que demonstrou a desigualdade enfrentada pelas baianas. Em 2013, o rendimento da mulher negra foi cerca de R$ 865,77 (37,6%) menor do que as mulheres não negras. Em relação aos homens não negros, a diferença foi de R$ 1.292,76 (47,3%). No mesmo intervalo, homens negros obtiveram rendimento médio de R$ 405,73 (22%) a mais do que as mulheres negras.

A diferença entre os percentuais diminuiu em 2023, mas não o suficiente para superar a disparidade. No último ano, o rendimento médio das negras foi R$ 727,09 (31,9%) menor do que o das não negras e R$ 836,43 (35%) menor do que os homens não negros. A menor diferença registrada foi em comparação aos homens negros, que ganharam R$ 187,21 (10,8%) a mais do que mulheres negras.

“A diferença de rendimento médio das mulheres negras foi menor em relação aos homens negros no período analisado, o que demonstra que embora a discriminação de gênero seja grande e importante, a discriminação de raça/cor é ainda maior”, destaca trecho da publicação.

A pesquisa é uma parceria entre o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), com a Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi).

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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