O Fórum Permanente de Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas (ONU) propôs um encontro para debater o legado das religiões de matriz africana em Salvador, na Bahia. A proposta fez parte do fechamento do encontro, que ocorreu em Genebra, na Suíça, de 16 a 19 de abril. A Alma Preta esteve presente no evento.
A carta pediu à Unesco o desenvolvimento de uma pesquisa sobre as religiões de matriz africana, com análises sobre as violências sofridas e contribuições dos terreiros. Durante a sessão, Michael McEachran, um dos membros do fórum e responsável pela leitura do documento, sinalizou para a necessidade dos Estados garantirem o direito do exercício da Santeria, outra religião de matriz africana presente em países da América Latina e Caribe.
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As duas afirmações foram aplaudidas pelos participantes da terceira sessão do Fórum de Afrodescendentes, que reuniu pessoas da diáspora africana e do continente africano. A delegação brasileira foi chefiada pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e contou com a presença da secretária de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo, Márcia Lima, e do diretor de Políticas de Combate e Superação do Racismo, Yuri Silva.
As discussões no Fórum Permanente também incentivaram a educação de qualidade para jovens, em especial para meninas, com a garantia de ensino da história africana e propôs a criação de uma rede internacional de professores, pesquisadores e universidades africanas e da diáspora, como uma forma de fomentar conexões, a ciência e a tecnologia.
Há a expectativa de que seja aprovada a segunda Década dos Afrodescendentes (2025-2034), com o foco no lema de reconhecimento, equidade e erradicação da discriminação. O desejo dos membros é de que exista um enfoque em mulheres, jovens e pessoas LGBQIA+, inclusive com a criação de um grupo de apoio.
A terceira sessão do Fórum Permanente de Afrodescendentes é uma das criações da Década de Afrodescendentes (2015-2024) da ONU. O espaço é visto como uma conquista, na medida em que permite aproximação entre membros da sociedade civil de países africanos e da diáspora e serve como mecanismo de cobrança dos governos nacionais.