Cerca de 13.829 mil jovens de 15 a 19 anos morreram no Brasil de forma violenta nos últimos três anos. Desse total, 9.328 (82,9%) eram negros – pretos e pardos –, e 90% eram homens. Os dados fazem parte da segunda edição do relatório “Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil”, divulgado nesta terça-feira (13) pela Unicef Brasil e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
De acordo com o relatório, a taxa de homicídios entre jovens negros até 19 anos é de 18,2 por 100 mil pessoas, enquanto entre brancos essa taxa é de 4,1. Isso significa que o risco de um adolescente negro do sexo masculino ser assassinado no Brasil é 4,4 vezes maior do que o de um adolescente branco.
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O informe também aponta que, entre os jovens com mais de 15 anos, as mortes estão frequentemente associadas a situações que indicam envolvimento com violência armada urbana: mais da metade (62,3%) dos casos ocorre em via pública e 81,5% das vítimas foram atacadas por pessoas desconhecidas.
Ao analisar os dados por gênero, observa-se que as meninas entre 10 e 19 anos são mais frequentemente vítimas de armas brancas e agressões, em comparação aos meninos. Nos últimos três anos, cerca de 20% das vítimas femininas morreram por arma branca, enquanto 5% foram vítimas de agressão. Para os meninos, as mortes por arma branca representaram 8% dos casos, e as agressões não ultrapassaram 2%.
Quanto aos autores dos crimes, 69,8% das agressões contra meninas foram cometidas por pessoas conhecidas, enquanto entre os meninos a taxa é de 13,2%. A taxa de letalidade causada pelas polícias entre pessoas com mais de 19 anos é de 2,8 mortes a cada 100 mil habitantes. No entanto, entre os jovens de 15 a 19 anos, essa taxa sobe para 6 mortes por 100 mil habitantes, o que representa mais do que o dobro (113,9%) da taxa observada entre os adultos.