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Ouvidoria pede afastamento dos policiais que espancaram capoeirista

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26 de agosto de 2020

Mestre Nenê estava em frente de casa e com o filho no colo quando foi acusado de roubo e agredido por policiais militares

Texto: Guilherme Soares Dias | Edição: Nataly Simões | Imagem: Reprodução/Facebook

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A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo pediu à Corregedoria da Polícia Militar o afastamento dos policiais envolvidos na agressão contra o capoeirista Valdenir Alves dos Santos, conhecido como mestre Nenê. Ele foi espancado por PMs na quarta-feira passada (19), quando estava em frente de casa e com o filho no colo.

A justificativa para o espancamento foi um suposto roubo na Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo. No momento em que foi abordado, o capoeirista estava na companhia de vizinhos. Ao recusar a abordagem e entrar em casa, os policiais consideraram fuga, o espancaram e o levaram algemado para a delegacia.

Na delegacia, Nenê se exaltou e os policiais tentaram dopá-lo considerando que tinha problemas psiquiátricos. O capoeirista é discípulo do mestre Ananias Ferreira e coordena o grupo Flor de Aroeira, com atividades na comunidade do Mangue. O caso ganhou repercussão principalmente nas redes sociais.

Na terça-feira (25), Nenê prestou depoimento na Ouvidoria da Polícia. Além de soliticitar o afastamento dos PMs durante a investigação, a ouvidoria pediu que o caso seja apurado pela Corregedoria Central e não pela Corregedoria do Batalhão.

O órgão solicitou ainda ao Departamento da Policia Judiciária uma intimação da vítima o mais rápido possível. Nenê prestará depoimento novamente, na tarde desta quarta-feira (26), em Pinheiros.

“Estive na delegacia e combinamos que o depoimento do Mestre Nenê acontecesse o mais breve possível. Por isso, ele foi marcado para hoje. Inclusive, está tendo uma mobilização muito grande dos movimentos e organizações parceiras para apoiar o Mestre durante o depoimento”, afirma Vivian Oliveira Mendes, advogada de Nenê.

O Alma Preta procurou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) para saber o posicionamento do órgão vinculado ao governo do estado em relação à conduta dos policiais envolvidos na agressão. Em nota, a pasta informou apenas que o caso é investigado “por meio de inquérito policial instaurado pelo 14º DP, que realiza diligências visando ao esclarecimento dos fatos”. Segundo a secretaria, a Polícia Militar também abriu investigação e apura o ocorrido.

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