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Papéis sociais afetam reconhecimento de mulheres negras no jornalismo, diz organizadora do prêmio +Admirados

Premiação que celebra nomes da imprensa negra acontece em 13 de novembro; Marcelle Chagas conversou com a Alma Preta sobre a premiação
Imagem mostra a organizadora do Prêmio +Admirados, Marcelle Chaga sentada em uma mesa de escritório com as mãos cruzadas e um sorriso no rosto.

Foto: Divulgação

10 de novembro de 2023

Idealizado para enaltecer o trabalho de grandes nomes do cenário jornalístico, o Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, que acontece no dia 13 de novembro em São Paulo, tornou-se um evento que celebra a diversidade e a luta antirracista no jornalismo do Brasil.

Iniciativa inédita, a premiação reforça seu compromisso com a equidade de gênero na mídia, impulsionada pela expressiva representatividade das mulheres no evento. 

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No total, serão homenageados 52 profissionais na categoria Jornalistas, dos quais 35 são mulheres. Entre elas está Nataly Simões, editora da Alma Preta Jornalismo, que concorre ao lado do co-fundador da agência, Pedro Borges

O evento é realizado pelo portal Jornalistas&Cia em parceria com 1 Papo Reto, Neo Mondo e Rede JP de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação. 

Em entrevista à Alma Preta, Marcelle Chagas, organizadora da premiação e coordenadora da Rede JP, reforçou a importância de impulsionar iniciativas como esta, que promovem a igualdade de gênero e valorizam a diversidade no âmbito do jornalismo. Chagas também contou sobre a sua experiência nos bastidores. 

“Atuamos na pesquisa ‘Raça, gênero e imprensa: quem são os principais escritores nos jornais brasileiros?’, colaborando de perto com a equipe da UERJ [Universidade do Estado do Rio de Janeiro], e identificamos uma preocupante falta de representatividade feminina, especialmente entre as mulheres negras, que enfrentam uma sub-representação ainda mais acentuada”, expressa.

O estudo mostra que, entre as quase 1.200 pessoas analisadas, apenas 36,6% são mulheres.  Entre elas, apenas uma mulher trans foi identificada. A pesquisa também destaca que, apesar dos números apontarem para uma abertura maior das redações à inclusão racial nos últimos tempos, ela ainda é mínima quando comparada à profunda desigualdade racial no país.

Para a organizadora, “ao analisar o mercado de trabalho, percebemos que a combinação de gênero e idade é uma questão problemática para as mulheres negras, e no campo do jornalismo, essa problemática se intensifica. As carreiras das mulheres são afetadas por discriminações ligadas a papéis sociais tradicionais, como a gravidez, o cuidado com o lar e os filhos”.

“Dentro desse contexto, o Prêmio +Admirados destaca o talento, as vozes e as realizações das mulheres em um setor em que historicamente a comunidade negra enfrenta diversos desafios. Além disso, ao incluir mais mulheres em premiações, reconhecemos a importância de suas perspectivas únicas e contribuímos para inspirar as futuras gerações de jornalistas do sexo feminino”, pontua.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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