A Câmara de Vereadores do Recife concedeu, pela primeira vez na história, o título de Cidadã do Recife à uma mulher trans. O reconhecimento foi dado à técnica de enfermagem e ativista pelos direitos da população LGBTIAQ+ Chopelly Santos, pernambucana, mas nascida no município de Limoeiro, a 85km da capital, no Agreste de Pernambuco. Homenagem foi conquistada na última segunda-feira (22).
Ao todo, 24 vereadores votaram a favor do decreto, que foi viabilizado pela vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) e o vice-presidente da Câmara, Hélio Guabiraba (sem partido). Em conversa com a Alma Preta Jornalismo, a ativista afirma que a ação é de importante reconhecimento, também, aos 13 anos de sua vida dedicados à militância pelos direitos das pessoas transexuais e travestis no estado.
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“O fato de eu ser a primeira demonstra que a nossa luta não é em vão e que os avanços, mesmo que lentamente, estão acontecendo. Uma vitória que não é só minha”, declara.
Atualmente, Chopelly é Coordenadora Geral do Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (AMOTRANS), sendo, também, vice-presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). Atuante no monitoramento das políticas voltadas a travestis e transexuais, combatendo o retrocesso dos direitos conquistados, a mais nova cidadã do Recife é tida como uma das maiores defensoras da criação de uma casa de assistência para pessoas trans.
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Questionada sobre os impactos que a titulação pode trazer para outras pessoas trans na localidade, Chopelly reitera a força que o movimento pode ter dentro dos espaços quando conta com representatividade.
“Isso mostra para a população, como um todo, que nós somos capazes, donos das nossas próprias histórias e que temos um papel importante dentro da sociedade. Para isso, precisamos lutar, cada vez mais, por mais reconhecimentos como este”, finaliza.
Em resposta ao anúncio feito pela própria ativista em sua página oficial em rede social, colegas e admiradores também prestaram suas homenagens. Comentários como “Me representa. Nossa referência na luta por cidadania!”, “Por mais mulheres trans sendo reconhecidas pela sua caminhada” e “Merece tudo e mais um pouco” foram alguns dos publicados.