PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Pernambuco se despede de Guitinho da Xambá, ativista e vocalista do grupo Bongar

Integrante da Nação Xambá, Guitinho sofria com uma sídrome rara e não resistiu a uma cirurgia de urgência. Velório acontece das 11h às 15h30 no Centro Cultural do Bongar, em Olinda. O anúncio do falecimento do artista gerou grande comoção e aponta para o respeito que conquistou ao longo de sua trajetória de lutas pela valorização da cultura popular e contra a intolerância religiosa   

Texto: Redação Alma Preta | Imagem: Divulgação/Instagram

guito

18 de fevereiro de 2021

Um dos mais importantes representantes da luta contra a intolerância religiosa e em defesa da cultura popular, o pernambucano Guitinho da Xambá, faleceu no final da tarde da Quarta-feira de Cinzas. A notícia, que gerou grande comoção, foi anunciada nas redes do grupo Bongar, do qual era líder, pela sua companheira e produtora, Marileide Alves. Guitinho havia sido internado no dia 1 de fevereiro para uma cirurgia em decorrência de uma síndrome rara que sofria. O representante da Nação Xambá será velado no Centro Cultural Grupo Bongar, em Olinda.

Com 38 anos, Guitinho enfrentava a Síndrome de Cushing, uma doença que causa aumento da glicose e da pressão arterial, além de inchaços no rosto e abdômen. Na última quinta-feira, o músico sofreu um AVC que evoluiu e precisou passar por uma cirurgia de urgência. Com o quadro delicado, o artista entrou em coma e perdeu os estímulos. Após exames realizados pela equipe médica, foi constatada a morte encefálica de Guitinho, que estava internado na UTI do Hospital Esperança. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Parentes, amigos, irmãos e irmãs de santo e parceiros de trabalho tomaram as redes sociais com mensagens que destacam a importância do músico na luta contra o racismo, a intolerância religiosa, o sexismo e em defesa das manifestações culturais da população negra.  Guitinho protagonizou uma série de conquistas para a comunidade Xambá, quilombo urbano que tem como grande mentora espiritual a ialorixá Mãe Biu, falecida em 1993. O Terminal Integrado Xambá e o Centro Cultural Bongar, ambos construídos em uma área abandonada da comunidade de Portão de Gelo, onde fica o terreiro da Nação, foram frutos da intensa luta do artista que era respeitado pelo ativismo político que marcou toda a sua trajetória. 

Apesar do relevante ativismo político, foi com as performances do Bongar, fundado em 2001, que Guitinho conquistou grande popularidade. A força das tradicionais sambadas no Terreiro da Nação Xambá, realizadas todo dia 29 de junho, moldaram a sonoridade do grupo, que foi criado com o propósito de disseminar a preservação e divulgação da cultura popular negra com influência afro e indígena. Ao lado dos seus cinco parceiros inseparáveis, que também vivenciaram a musicalidade de terreiro desde a infância, o vocalista levou para os palcos os toques, as loas e as danças que formaram a identidade estética do grupo. 

 

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano