Um estudo desenvolvido pelo movimento Vidas Negras com Deficiência Importam (VNDI) mostra que no Ensino Fundamental as pesoas negras com deficiência chegam a 40%, mas no ensino superior, dos 20% dos estudantes nessa condição elas somam 0,1%.
Para a pedagoga Luciana Viegas, idealizadora do movimento e consultora do projeto SETA, a iniciativa tem construído práticas antirracistas e anticapacitistas e esse impacto só é percebido por conta da construção de dados.
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“Essas informações são fundamentais para pensarmos como combater essa dupla discriminação e para elaborarmos estratégias e políticas públicas direcionadas a essa população”, comenta.
Desenvolvido em 2022, o estudoi foi destinado à Comissão para Eliminação da Discriminação Racial (CERD) e apresentado à ONU.
“Quando fazemos essa crítica sobre a educação das pessoas com deficiência não atingir a população negra e não garantir a permanência delas no ensino básico e o incentivo ao ensino superior, estamos confirmando, também, que a escola e o sistema brasileiro, da maneira como estão, não funcionam para a população negra com deficiência e a nenhuma outra população que mantém duas ou mais identidades, ou suas interseccionalidades. Por isso, há uma diferença nesse espaço, na permanência, no acesso em detrimento da população branca com deficiência”, salienta a pedagoga.