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PMs acusados pela morte de Kathlen Romeu vão aguardar júri popular em liberdade

Depois de quase quatro anos após o crime que matou a jovem grávida de quatro meses, os dois PMs acusados serão julgados pelo Tribunal do Júri; julgamento ainda não tem data definida
Grafite em homenagem à jovem Kathlen Romeu, morta após ser atingida por um tiro de fuzil durante ação policial no Rio, em comunidade no Complexo de Lins.

Grafite em homenagem à jovem Kathlen Romeu, morta após ser atingida por um tiro de fuzil durante ação policial no Rio, em comunidade no Complexo de Lins.

— Reprodução / Instagram

27 de março de 2025

A 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou que os policiais militares acusados de matar a modelo e designer de interiores Kathlen Romeu serão julgados por júri popular. A jovem estava grávida de quatro meses quando foi alvejada por um fuzil, na zona Norte do Rio de Janeiro, em 2021.

A decisão, proferida pela juíza Elizabeth Machado Louro, considerou que há provas suficientes para indiciar os PMs Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias ao Tribunal do Júri. No entanto, ambos aguardarão o julgamento em liberdade.

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O caso ocorreu em 8 de junho de 2021, enquanto Kathlen Romeu, de 24 anos, visitava a avó materna na comunidade do Lins de Vasconcelos. A vítima foi atingida no tórax. No final do mesmo ano, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou cinco policiais militares por alteração da cena do crime e falso testemunho. 

No parecer da magistrada, os laudos periciais e exames técnicos presentes nos autos do processo atestam a materialidade e a autoria do homicídio. 

“Embora a prova oral não tenha se mostrado apta a indicar que o disparo que atingiu a vítima partiu dos acusados, o laudo de reprodução simulada surge suficiente para indiciar a autoria, ao menos para os fins desta decisão”, ressaltou a juíza.

O laudo da reprodução simulada, produzido durante o inquérito pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH) em 2022, indicou que o tiro partiu da arma de um policial.

Nas alegações finais, a defesa de Rodrigo Correia alegou que o PM não seria o autor do tiro que matou a jovem e que apenas teria reagido a uma “injusta agressão” praticada por traficantes. A defesa de Marcos Felipe ressalta que as provas da acusação não demonstram que o policial possa ser apontado como responsável pelo óbito.

Em 8 de junho de 2024, o caso completou três anos sem a punição de nenhum dos envolvidos. O julgamento ainda não tem data definida para começar.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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