Pesquisar
Close this search box.

Policiais estão pouco preparados para lidar com LGBTfobia, diz estudo

Para 61,7% dos entrevistados, os agentes policiais não levam as denúncias a sério
Imagem mostra bandeira da comunidade LGBTQIAPN+

Foto: Raphael Renter/Unsplash

16 de maio de 2024

Uma pesquisa inédita realizada pelo Grupo pela Vidda na cidade do Rio de Janeiro mostra que, embora a maioria das pessoas LGBTQIA+ tenha sofrido algum tipo de violência, muitas têm receio de ir a uma delegacia e denunciar o crime à policiais.

O estudo, previsto para ser apresentado, na sexta-feira (17), a policiais civis da capital fluminense, mostra ainda que, quando são registradas, muitas dessas ocorrências são arquivadas ao serem encaminhadas ao Ministério Público. A data da apresentação marca o Dia Internacional Contra a LGBTfobia. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Ao serem questionados se o efetivo policial estaria preparado para atender a população LGBTQIA+, a maioria (65%) dos emtrvistados marcou a opção “muito pouco preparado”, enquanto 22,3% marcaram a opção “pouco preparado” e 9,1% marcaram “razoavelmente preparado”. 

Apenas 3,5% disseram que o efetivo está “bem preparado” ou “muito bem preparado”. Quanto ao tratamento dispensado à população LGBTQIA+, 61,7% dos entrevistados acreditam que os policiais não levam as denúncias a sério.

Sobre a probabilidade de recorrerem à polícia em caso de LGBTfobia, a maioria (29,3%) apontou ser muito improvável que isso seja feito, e apenas 25% disseram ser muito provável que façam a denúncia.  

Os dados também mostram que as violências mais recorrentes foram homofobia, relatada por 53,6% dos entrevistados, seguida pela violência psicológica (51,7%), e assédio e/ou importunação sexual, por 45,2% dos respondentes.

A pesquisa foi feita com 515 respondentes LGBTQIA+. Os questionários foram aplicados tanto on-line, quanto em locais e eventos voltados para pessoas LGBTQIA+, como o Mutirão de Retificação de Nome/Gênero para pessoas trans e não bináries, promovido pelo Coletivo Gardênia Azul Diversidade e na própria Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Entre aqueles que de fato buscaram uma delegacia, 186 pessoas entre as 515 entrevistadas, 28% disseram que a especificação de crime de LGBTfobia foi recusada pela delegacia e 14% disseram que conseguiram fazer o registro apenas após insistir.

As informações obtidas ainda mostram que menos da metade, 48,6% dos casos viraram denúncias. Um em cada quatro, 25,7%, foi arquivado. A discriminação de pessoas LGBTQIA+ é crime no Brasil desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a LGBTfobia ao crime de racismo. 

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

Leia Mais

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano