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Policiais participam de cerco contra indígenas em retomada no MS, denuncia conselho

Sem mandato, policiais estariam abordando e interrogando indígenas e integrantes da retomada do território Panambi Lagoa Rica
Denúncia do Conselho Indigenista Missionário aponta para atuações policiais sem mandato em território indígena em retomada, na cidade de Douradina (MS)

Denúncia do Conselho Indigenista Missionário aponta para atuações policiais sem mandato em território indígena em retomada, na cidade de Douradina (MS)

— Reprodução / DOF

31 de julho de 2024

Em nota do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), indígenas e integrantes da retomada do Território Indígena (TI) Panambi Lagoa Rica, na cidade de Douradina (MS), demonstram preocupação com a atuação de policiais do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) na região.

De acordo com o conselho, os agentes do DOF têm registrado os documentos, fotografado os veículos e interrogado os ocupantes da retomada. Os policiais também estariam controlando a entrada de pessoas na comunidade em uma das estradas vicinais de acesso ao território. 

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“Eles fotografam documentos de identificação e as placas dos veículos, perguntam o grau de parentesco dos ocupantes, o que fazem no local, no que trabalham, quais organizações representam e, nas oportunidades trazidas pela inquirição, buscam coletar informações sobre a retomada”, aponta nota do CIMI.

Na noite de segunda-feira (29), uma comitiva do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que prestava solidariedade à comunidade foi autuada e interrogada pelos policiais do DOF. Os integrantes do MST, que não participam da retomada, foram escoltados de volta ao município sob a ameaça de serem autuados por invasão de propriedade. 

Ao conselho, os indígenas contaram que temem a presença dos policiais devido ao histórico de violência em operações deflagradas contra a comunidade anteriormente. “DOF, Polícia Militar, eles se envolveram em vários ataques contra o nosso povo. Tem caso de despejo forçado, sem autorização da Justiça, que a PM fez”, apontou um integrante da retomada.

Nos últimos dias, a comunidade enfrenta conflitos fundiários, ameaças e agressões por parte de fazendeiros locais. A organização Aty Guasu comunicou um ataque armado contra os moradores do território, no qual um indígena foi alvejado. Segundo a organização, os ruralistas estariam “prometendo um massacre”.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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